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2014, o ano que acaba para alívio das micro e pequenas empresas

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A economia brasileira tem produzido mais preocupações do que boas notícias em 2014. Desaceleração do ritmo de atividade, inflação elevada, piora na confiança de empresários e consumidores e dúvidas sobre o direcionamento das finanças do país formam um quadro pouco animador.

Ao analisarmos a situação das micro e pequenas empresas (MPEs) de São Paulo vemos que o faturamento delas caiu 0,3% no acumulado de janeiro a setembro na comparação com o mesmo período de 2013. Com o recuo, 2014 tem tudo para não deixar saudades. Para 2015, a expectativa é de melhora, mas nada que entusiasme muito.

Tempos difíceis para as 9 milhões de MPEs brasileiras, que representam 99% das empresas existentes no país e respondem por 27% do PIB (Produto Interno Bruto), 52% dos empregos com carteira assinada e 40% dos salários pagos. Como ninguém está imune a turbulências, a resistência das MPEs é minada dia após dia.

O problema é que os pequenos negócios têm forte dependência do mercado interno e indicadores ruins abrem caminho para o surgimento de um círculo vicioso que corrói a economia como um todo. Nessas condições, as MPEs veem o consumo de seus produtos e serviços diminuir.

Menos vendas levam à redução de receita, de empregos, da renda do trabalhador, da arrecadação e do dinheiro disponível para o governo investir em benefícios para a população, prejudicando o desenvolvimento local, aumentando a morte de empreendimentos e causando o aborto de projetos. Ou seja, quando as MPEs enfrentam dificuldades, toda a economia é afetada.

É inquestionável que a defesa dos pequenos negócios é fundamental para o país. Os últimos anos trouxeram uma série de avanços nesse sentido como a criação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o Simples Nacional e sua recente universalização e a criação da figura jurídica do Microempreendedor Individual (MEI). Leis que facilitam o empreendedorismo são sempre bem-vindas, principalmente no Brasil, país em que a relação com poder público é problemática.

Segundo o relatório Doing Business, do Banco Mundial, estamos em 116º, entre 189 países, no que se refere ao ambiente para empreender e realizar de negócios. A burocracia e carga tributária são os maiores entraves na vida do empresário brasileiro.

A formulação de regras e de mecanismos que estimulem os pequenos negócios devem sempre nortear os esforços pelo empreendedorismo nacional. É dever do poder público fazê-lo, e é justo ser cobrado por isso.

Por outro lado, o dono ou futuro dono de um pequeno negócio tem de fazer a sua parte também. Ele precisa se preparar, qualificar a si e seu negócio, planejar e inovar, requisitos básicos para o bom desempenho. Além disso, tem de manter vivo o espírito empreendedor, aquela força motriz que faz com que não desista e enxergue oportunidades onde os outros veem dificuldades. As crises servem para tirar o indivíduo de sua zona de conforto e forçá-lo a buscar soluções.

Momentos críticos exigem estratégias diferenciadas e é aí que o empreendedor atento pode não só superar obstáculos, mas ganhar mais espaço no mercado. É nessa hora que os bons se diferenciam.

O primeiro passo é tornar-se um gestor melhor. Em tempos turbulentos, o empresário deve manter um controle rigoroso das contas, cortar excessos e ficar atento às possibilidades ao redor. Tem de saber se comunicar com sua equipe (ou poderá sucumbir a ruídos e ao chamado fogo amigo) e estar disposto a colocar a mão na massa, trabalhar duro. Ou seja, ser o primeiro a chegar e o último a sair.

Obviamente, ninguém nasce sabendo e procurar ajuda para aprimorar-se não é demérito. O Sebrae-SP está sempre pronto para apoiar o empreendedor, capacitá-lo e auxiliá-lo, seja para o sucesso quando os ventos sopram a favor, seja para fazer da crise uma oportunidade de superação.

Bruno Caetano

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