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Al Hitan, o deserto que era mar egípcio, tem carcaças de baleias e outras feras

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Como as baleias se adaptaram do meio terrestre ao marinho e como um oceano passou a ser um deserto são as principais incógnitas que o recém-inaugurado Museu de Fósseis e de Mudança Climática de Wadi al Hitan – um vale desértico no Egito onde baleias nadaram na pré-história – pretende explicar.

O museu abriu as portas neste mês com o objetivo de preservar o patrimônio natural e cultural de Wadi al Hitan (“Vale das Baleias”, em português), sítio paleontológico localizado a 170 quilômetros a sudoeste da capital Cairo, e contar aos visitantes essa história única, que serviu para decifrar a evolução das baleias.

“Este museu é único no Oriente Médio porque é o único da região com foco no impacto da mudança climática”, disse à Agência Efe o arquiteto do edifício, Gabriel Mikhail, que projetou a construção para que seja harmônica com o entorno e ao mesmo tempo didática e sustentável.

O edifício é iluminado somente com luz natural, fica abaixo do nível da rua e mantém a temperatura ideal em qualquer estação.

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Na opinião de seu criador, ele pode ter um papel importante para educar os visitantes ao mesmo tempo em que preserva e mostra um “entorno especial”, catalogado como patrimônio da Humanidade da Unesco desde 2005.

“A mensagem é que se não cuidarmos do meio ambiente, vamos ser extintos como essas baleias”, afirmou Mikhail em referência à ampla coleção de fósseis que o museu possui e também ao espaço ao ar livre adjacente, onde estão dezenas de ossadas de cetáceos.

A estrela do museu é um esqueleto completo de um Basilosaurus isis – antepassado das baleias atuais que povoou o vale há 40 milhões de anos – que é o maior inteiro já encontrado no mundo, segundo Mohammed Sameh, diretor da divisão de especialistas do Ministério do Meio Ambiente que o reconstruiu.

Sameh explicou à Efe que o esqueleto deste animal ancestral foi recomposto em um tempo recorde de 15 meses por sua equipe, ela descobrir e coletar todas as suas partes em um perímetro de 200 quilômetros durante 15 anos.

O objetivo de tão árduo trabalho é que “as pessoas possam ver essa baleia e conhecer a história que está por trás dela”, de acordo com ele.

O enorme mamífero foi colocado sobre a areia e pode ser observado de todos os ângulos, seguindo o perímetro circular do museu, que apresenta um percurso pela evolução dos animais e de Wadi al Hitan através de fósseis, painéis com informações e material interativo.

O museu pretende atrair mais turistas e gerar desenvolvimento sustentável na área protegida de Wadi el Rayan, na província de Al Fayum, ao sul da capital egípcia.

O Ministério do Meio Ambiente do Egito, com a ajuda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o financiamento do governo da Itália, projetou o museu com múltiplos objetivos: a proteção e conservação deste espaço protegido, a promoção do ecoturismo e, com ele, o desenvolvimento sustentável das comunidades locais.

Mikhail destacou que o museu é um “exemplo verdadeiro de desenvolvimento sustentável”, através do qual a região está sendo conservada, além de beneficiar financeiramente os moradores de Al Fayum que, por exemplo, contribuíram com sua técnica de trabalhar o cerâmica e o barro, pela qual são conhecidos em todo o Egito.

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