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Brasília precisa de tatuzão dourado para metrô andar na linha

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O equipamento conhecido como tatuzão fura 5 cm por dia as pedras subterrâneas do Rio de Janeiro para levar o metrô até a Barra da Tijuca. Mas não para. São Paulo tem o sistema de metrô mais antigo do Brasil. O mais antigo na América do Sul é o de Buenos Aires, inaugurado em 1913. Naquele ano o Brasil puxava bonde com burros. O de Nova York, que é dos mais antigos do mundo, tem 400 km de linhas. O de Londres, de 1864, faz do subsolo de Londres um queijo suíço. O de Paris, que é apenas o quarto da Europa, atrás dos de Londres, de Moscou e do de Madrid (310 km de trilhos), é reconhecido como eficaz e muito bem mantido.

Especialistas nesse modal de transporte de massa afirmam que ele só é possível se for subsidiado. Não há tarifa capaz de manter um metrô em expansão se a população não pagar por isso, por meio dos impostos que já são cobrados. Outra verdade sobre o melhor transporte urbano coletivo que existe atualmente é que ele é uma obra permanente, ininterrupta. Só assim é possível chegar onde está o cidadão e seu posto de trabalho, com conforto e segurança.

Então vamos falar do Distrito Federal e as equivocadas medidas das últimas décadas. Joaquim Roriz iniciou a implantação do trem e foi criticado. Cristovam Buarque, ao assumir, interrompeu a obra por quatro anos, só porque deu piti sobre a iniciativa de Roriz e atrasou por 20 anos a solução para o inferno que o trânsito vive hoje. Em compensação liberou os pedestres para cruzar as ruas em suas faixas. Que lindo!

Hélio Doyle estava ao seu lado mas não foi capaz de convencê-lo de que aquela atitude era uma irresponsabilidade. Depois, o mesmo Hélio Doyle, ao lado de Roriz, acatou a decisão de retomar a obra e inaugurar a linha fantasma que não tinha as estações concluídas. Dos males, o menor, o metrô finalmente foi feito.

A seguir, o mesmo Hélio Doyle – como anda pra lá e pra cá esse rapaz… –, ao lado de Rollemberg, anunciou a ampliação do metrô para a Asa Norte. Ainda que o GDF (não o GB) não encontrasse nos cofres os recursos para pagar pessoal. Mas Rollemberg anunciou diversas obras viárias que vão beneficiar, acreditem, automóveis.

Devemos torcer para que o mesmo Hélio Doyle, que é personagem que está em todas as situações de ocasião e anda tomando cafezinho com Reguffe, resolva ser um primeiro-ministro, da próxima vez, mais elaborado. E se acertar, que não seja tão breve em suas funções como revela sua história.

Nomear correligionários, principalmente quando não há quadros, é comum. Marcelo Dourado foi pinçado e é presidente do Metrô DF. Era vice do PSB de Rodrigo governador. Dourado não tem nada a dizer a não ser o mesmo lenga lenga atual de que Agnelo Queiroz não deixou um tostão para comprar um biscoito. Ninguém aguenta mais essa desculpa esfarrapada.

Muitos países consolidados e organizações internacionais estão dispostos a investir nos modais de transporte coletivo. Os contribuintes – já extorquidos – nem vão precisar pagar a conta das obras, desde que mediante a concessão de exploração das linhas por 20, 30, mil anos, não importa.

Estamos na contramão da história. Ainda praticamos políticas de governo, não de Estado. Dizem que Marcelo Dourado é muito bom nisso, em políticas de governo, imediatas, toma lá, dá cá, ou seja, vai uma ordem de serviço e vem uma nova estação do metrô. Ou trem. Ou planejamento. Ou estudo. Ou projeto. Ou esboço. Ou qualquer coisa que seja do tema subterrâneo, no bom sentido, claro, é sua função.

No Distrito Federal, especialistas afirmam que o tatuzão é capaz de furar dez ou vinte vezes mais do que no Rio de Janeiro. Manter a construção permanente do metrô e sua ampliação para vencer os números dos queridos hermanos vizinhos que usam metrô há mais de cem anos, é uma questão de honra.

Mas… honra? Deixa pra lá. Afinal, eles sempre vencem nas quatro linhas. Imaginem nas duas paralelas.

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