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Honda vs Vectra

Briga de veteranos mostra quem é quem nas rodovias

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Autor/Imagem:


Igor Thomaz

Em 2003 o Chevrolet Vectra estava completando dez anos de Brasil em uma de suas melhores formas, logo antes da mudança geral de 2006. O modelo trazia itens de segurança raros na época, como controle de tração, e um câmbio automático cheio de recursos, apesar de ter só quatro marchas. No entanto, o Honda Civic já estava em sua segunda geração produzida no Brasil, moderna, leve e econômica, e começava a povoar o imaginário dos que queriam um sedã médio requintado. Veja quem levou a melhor nesse clássico dos comparativos.

Apesar dos motores bem diferentes, desempenho dos sedãs médios é muito próximo. A maior diferença fica para o preço: o Honda custa R$ 8 mil a menos que o Chevrolet, que completa dez anos de mercado

Este mês o Chevrolet Vectra completa dez anos de mercado brasileiro. O sedã substituiu o Monza, já que era mais luxuoso e moderno. Passou por várias mudanças até chegar à versão atual. Elegemos a opção topo de linha, a CD, para um comparativo com outro veterano, o Honda Civic, na versão EX. Enquanto o Vectra CD custa R$ 62.048,00, o sedã da Honda parte de R$ 54.080,00.

A primeira semelhança mais importante entre eles é a transmissão automática, ambas de quatro velocidades, isso sem falar das dimensões, nível de conforto e espaço interno similares. No final das contas, o Honda venceu por ser mais
acessível do que seu rival.

Sem função seqüencial, como é comum em modelos nessa faixa de preço, o câmbio dos sedãs oferece funcionamento simples. O do Honda é mais modesto, com possibilidade de seleção apenas até a segunda ou até a terceira, além da D (drive, dirigir), que faz a transmissão variar entre a primeira e a quarta marchas.

No Vectra, pesa a favor o número maior de funções. O condutor pode selecionar a posição 1 para que o câmbio trabalhe somente em primeira marcha, a 2 para que engate no máximo a segunda e a 3, para que não passe da terceira – esse tipo de função, nos dois modelos, é útil principalmente quando o carro está com muita carga ou em viagens por serras.

Além disso, há a tecla que permite que o Vectra transite em locais escorregadios – o câmbio seleciona uma marcha mais alta para que os pneus não girem em falso no piso -, no console central, e uma outra, no topo da alavanca de mudanças, que aciona a opção esportiva de condução. Quando ela está acionada, o Vectra fica mais agradável de ser dirigido, até porque o câmbio reage mais rápido às acelerações e estica as marchas até o limite.

As relações de marchas são mais curtas no Chevrolet, mas, como a relação do diferencial do Honda é bem mais curta, o comportamento das transmissões é equilibrado.

Peso e desempenho – Os motores trazem números interessantes. O 2.2 16V do Vectra gera 138 cv de potência a 5.400 rpm e 20,7 mkgf de torque a 4.000 rpm, enquanto o 1.7 16V do Civic oferece 130 cv a 6.300 rpm e 15,8 mkgf a 4.800 rpm, o que mostra a superioridade do GM.

Mas há duas contas que invertem essa vantagem. Considerando também o peso, de 1.345 kg do Chevrolet e de 1.175 kg do Honda, a relação peso/potência (ou seja, quantos quilos o carro possui para cada cavalo de potência) favorece o modelo da marca de origem japonesa: são 9,03 kg/cv, contra 9,74 kg/cv do rival, o que equilibra a diferença de 8 cavalos. Para simplificar, isso quer dizer que o desempenho do Honda não deixa a desejar ante o do concorrente.

A prova disso está em outros números das montadoras. Enquanto o Vectra acelera de 0 a 100 km/h em 12 segundos, o Civic atinge a mesma velocidade em 11,1 segundos. A diferença de velocidade final também não é grande, com 200 km/h para o GM e 195 km/h para o Honda – os dados do Civic são da versão japonesa, e, por isso, servem apenas como referência. O tamanho é outro ponto de equilíbrio. São 4,49 metros de comprimento por 1,70 m de largura para o Vectra, contra 4,43 m e 1,71 m, respectivamente, para o rival.

Modelo também conta com maior oferta de equipamentos opcionais, como controle de tração e teto solar. Por outro lado, só o Honda oferece sistema de freios ABS com EBD de série.

O comportamento dos dois sedãs é bem equilibrado. A suspensão de ambos, por exemplo, é muito bem acertada, mantendo a estabilidade nas curvas e o conforto quando os pneus passam por buracos. Corrigir saídas de traseira é fácil, desde que a velocidade não esteja muito alta.

O Vectra recebe pneus mais largos, nas medidas 205/55 com rodas (de liga leve para ambos) aro 16″. O Honda oferece pneus mais estreitos, porém um pouco mais altos, nas medidas 185/65, com rodas de aro 15″. Além dos pneus mais largos, que deixam o carro mais firme nas curvas, o Chevrolet pode ser equipado, opcionalmente, com controle de tração – item não disponível para o Honda.

Luxuosos – Luxo e acabamento bem feito são méritos dos dois. A primeira boa impressão é causada pelo revestimento de portas e bancos de couro cinza, de série no Honda. Os materiais de painéis e consoles também agradam.

No volante, com ajuste de altura para ambos, há teclas para o acionamento do controle de velocidade. No Vectra, o volante traz também botões para controle do sistema de som – o toca-discos é de série para os dois.

Na versão CD do Chevrolet, o painel de instrumentos, mais sinuoso, tem desenho mais interessante, mas o da versão EX do Civic chama a atenção por se iluminar logo que o condutor gira a chave de ignição – as luzes se acendem mesmo de dia, com os faróis apagados.

O espaço é outro ponto agradável nos dois modelos, tanto para o condutor quanto para o passageiro que viaja na frente. Quem vai no banco de trás tem mais conforto no Civic, que conta com o assoalho plano, sem interrupção do túnel central, como ocorre no Vectra. O apoio de braço central, embutido no centro do encosto do banco traseiro, também é comum a ambos. No porta-malas, a capacidade maior para acomodar bagagens é do Chevrolet, que conta com 500 litros, contra 402 l do rival.

Equipamentos como bolsas infláveis, direção hidráulica, trio elétrico, desembaçador do vidro, ar-condicionado e acionamento das travas por radiofreqüência são, evidentemente, de série para as versões topo de linha avaliadas.

Mas eles não são idênticos em tudo. Só o Honda oferece de série freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD), o que é opcional para o concorrente. Por outro lado, o Vectra conta com freios a disco nas quatro rodas (sólido na traseira e ventilado na dianteira), enquanto o freio traseiro do rival traz sistema a tambor. Além do controle de tração, teto solar elétrico é outro item opcional que só pode equipar o Chevrolet.

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