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CPI dos Ônibus faz surpresa a Campanella, promove acareação e circo pega fogo

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Visitas “surpresas” colocaram em xeque as alegações do ex-diretor do DFTrans, Marco Antônio Campanella, durante reunião da CPI do Transporte realizada na manhã desta quinta-feira, 8, na Câmara Legislativa. Inicialmente, apenas Campanella estava agendado para depor. Mas o encontro ganhou contornos de acareação.

A oitiva, inclusive, foi marcada por muitos “esquecimentos” por parte do depoente, informa o site aovivodebrasilia. Vários questionamentos feitos pelos integrantes da CPI não tiveram respostas por conta da falta de memória, segundo ele, pela idade avançada.

Mas alguns pontos foram cruciais para o andamento da reunião. E foram as contradições. Em uma delas, ele foi questionado sobre as decisões da cúpula do DFTrans composta por cinco pessoas, quando ele garantiu que o colegiado decidia todas as situações e ações em consenso.

Fato, no entanto, rebatido pelo ex-diretor Operacional do DFTrans, Ricardo Leite, presente na plateia da CPI. Ele trabalhou lá de 2011 a 2013. De acordo com Leite, o colegiado tinha reuniões ordinárias semanalmente no início da gestão. Depois, a cada duas semanas. Mas os encontros começaram a ficar raros. Nas decisões de grande porte, Ricardo não era nem consultado.

Durante o seu depoimento, o ex-diretor Operacional também citou uma instrução normativa dentro do DFTrans que tinha como intenção, restringir o poder de fiscalização dos servidores. Todas as ações fiscalizatórias passaram a ser realizadas apenas com o aval da diretoria geral, no caso, o Campanella, que negou.

Mais contradições – Outra contradição importante na CPI foi em relação às situações que se seguiram depois do parecer jurídico do DFTrans recomendando a não participação de alguns grupos econômicos que não poderiam participar da licitação, que renovou a frota de ônibus em 2013. Esse documento foi elaborado pelo diretor Jurídico da autarquia, Samuel Barbosa.

Na linha de investigação da CPI, o ex-vice-governador Tadeu Filippelli, dois dias depois de ser emitido esse parecer, convocou para uma reunião, em sua residência no Lago Sul, Campanella e Barbosa.

No encontro, Filippelli disse ao advogado, responsável pela parte jurídica do DFTrans, que ele não tinha competência para emitir parecer jurídico sobre matéria de licitação. E, além disso, poderia gerar problemas com outro parecer emitido pela Procuradoria do Governo do Distrito Federal sobre a mesma matéria.

O ex-diretor não questionou, silenciou-se e saiu da reunião. A conversa durou apenas quatro minutos. Até o momento em que esse trecho do depoimento era feito apenas por Campanella, o ex-diretor do DFTrans (e presidente regional licenciado do PPL) não se recordava integralmente da reunião com Filippelli, que inclusive, a achou normal.

Mas logo depois do depoimento de Barbosa – que hoje trabalha na CLDF -, como uma espécie de refresco na memória, o ex-diretor Campanella começou a lembrar do teor da reunião em que ele e o advogado participaram com Filippelli. Segundo ele, depois que o ex-diretor jurídico saiu da sala, não houve mais conversa sobre o assunto.

Blindagem? – Rafael Prudente tentou contaminar o depoimento de Samuel levantando suspeitas sobre um encontro que ele teve com o relator da CPI, deputado Raimundo Ribeiro, durante uma visita a parlamentar Telma Rufino (sem partido), quando esta teve problemas de saúde.

Raimundo rebateu Prudente e disse que nenhum parlamentar era alvo de investigação na CPI. Até o distrital Wellington Luiz (PMDB), que não é integrante do colegiado na CLDF, compôs a mesa durante a discussão para defender seu correligionário. O relator não acredita que seus colegas tenham por objetivo blindar o ex-vice-governador Filippelli.

Campanella e Barbosa assinaram termo na CPI, autorizando a quebra de seus respectivos sigilos fiscal e bancário.

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