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As arquitetas

De mulher para mulher, sob o atento olhar feminino

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Marcelo Lima

A meio caminho entre o mar e a lagoa, na movimentada rua Garcia D’Avila, no coração de Ipanema, mãe e filha desfrutam de uma tranquilidade pouco usual para os padrões locais. Instaladas no último andar de um edifício da década de 1970, elas dizem se sentir em plena praia. Em uma casa de onde podem ainda contemplar o horizonte. E, desde que o tempo permita, também as estrelas.

“Era essa a sensação que elas diziam buscar. Queriam se sentir seguras e à vontade. Mas tudo sem abrir mão de uma certa aura de sofisticação”, conta Marcia Müller, que assina o projeto de interiores deste apartamento de 300 m² em parceria com sua filha, a também arquiteta e atual sócia, Manu Muller.

“Foi um trabalho feito por mulheres para mulheres. Há muito de feminino, claro. Mas também um lado prático, bem carioca”, afirma Manu. Como exemplo, ela aponta um dos pontos altos da reforma: a cozinha que pode se abrir, ou não, para a sala de jantar.

“Botamos abaixo todas as paredes que separavam os ambientes e fechamos a cozinha com portas venezianas de correr. Elas adoram cozinhar e receber. A cozinha acaba funcionando como uma extensão do living”, explica Marcia.

Outro ponto chave do projeto, a iluminação zenital, também foi pensada para ser reversível. Como o apartamento fica no último andar, o recurso ajuda a ampliar as condições de luminosidade e ventilação. Ainda assim, o nível de abertura da claraboia, acionado por controle remoto, pode variar do blackout total ao de plena luz, passando pelo translúcido.

“Acredito que sem essa iluminação generosa, que se espalha por todo o living, não teríamos alcançado o efeito que desejávamos”, considera Marcia que optou pelo branco, pincelado pelo azul, como cores base da composição cromática do ambiente.

“Em se tratando de criar uma atmosfera clássica, mas também casual; chique, mas sem exageros, a combinação é imbatível”, afirma a arquiteta, que para reforçar a sensação de vida à beira-mar, tão cara às moradoras, empregou madeiras de diferentes texturas no revestimento de paredes e pisos, além de acessórios, lustres e arandelas de inspiração náutica.

Isso, nas áreas sociais, já que, no setor íntimo, que se estende pela circulação e dormitórios – duas suítes e um quarto de estudo reversível para dormitório de hóspedes – a pegada foi outra. A atmosfera “navy” permanece, mas o azul e os lambris cedem espaço a toques de vermelho e madeiras mais rústicas. Além de toda uma profusão de papéis de parede e afins.

“Me guio pela intuição, mas existem regras a serem observadas. É possível empregar um motivo diferente em cada ambiente, mas desde que eles estejam separados por portas e que se tome como base uma única tonalidade”, ensina a arquiteta, profissional reconhecidamente escolada na arte de misturar estampas e cores.

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