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Deputado mais rico entre os novatos faz fortuna dando calote em clientes no Paraná

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O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR) é o mais rico dentre os parlamentares recém-eleitos para a Câmara. Segundo sua declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, ele tem R$ 108,5 milhões em patrimônio e grande parte desses recursos provém do aglomerado de empresas em seu nome, que inclui seguradora, frigorífico e jornais.

Mas, longe dos números frios declarados pelo próprio parlamentar, sua fortuna é controversa, informa a edição desta semana da revista IstoÉ. O deputado é alvo de três inquéritos e uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), dois deles em fase avançada, graças às investigações já realizadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Paraná.

A suspeita mais recorrente nas investigações é a de que o deputado milionário tenha enriquecido graças a calotes aplicados nos seus credores e a uma série de manobras no patrimônio familiar para salvar seus bens de execuções. Segundo o Ministério Público Federal, a soma das dívidas de Kaefer com credores e instituições financeiras passa de R$ 1 bilhão, se somados os juros e as multas. É dez vezes o patrimônio que ele declara possuir.

O mais delicado dos processos é o inquérito 3678/2013, relatado pelo ministro Marco Aurélio Mello. Composto de diligências policiais e depoimentos de testemunhas, o caso caminha rapidamente. No dia 13 de agosto, o deputado foi chamado a depor sobre o pedido de recuperação judicial das empresas de um dos seus grupos, o Diplomata, mas não compareceu.

Segundo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, há indícios de que a falência foi fictícia e serviu apenas para não pagar a credores do grupo, pois a mesma empresa fez doações para a campanha política do deputado e ainda transferiu mais de R$ 27 milhões para sua conta pessoal. Dias antes do pedido de recuperação, Kaefer se retirou da sociedade, deixando sua mulher na administração. Para o MP, foi uma tentativa de evitar que seu patrimônio fosse considerado parte do processo.

“Tudo leva a crer que a retirada de Alfredo Stoffels Kaefer das sociedades foi um ata meramente formal, cujo fim era ludibriar credores e permitir operações e manobras”, concluiu Janot.

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