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Dilma pisa na bola, Brasil vira cobaia para larvicida, zika se espalha e microcefalia cresce

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Hermano Leitão

Em meio à campanha “Zika Zero”, no sábado, 13, no Rio de Janeiro, ao dizer que acusar Lula não faz jus ao passado de lutas do petista líder, Dilma caminha em direção ao suicídio político numa ponte sem travessia para o futuro. Não haverá mais, pois, quem defenda o ex-presidente diante de tantas evidências de corrupção nos últimos 13 anos de governo do PT.

Ao contrário da tese de Dilma, o passado o condena e o assombra. Na realidade, a moderação na defesa negociada que sai da teoria da conspiração e entra no campo das atenuantes dos crimes cometidos revela a obstinação de resistir aos efeitos do próprio veneno viral que eles destilaram contra os outros.

Hoje, Dilma definha física e mentalmente diante da calamidade na saúde pública. Seria sublime, se não fosse trágico, a imagem da proliferação do aedes aegypt como retrato do processo de suicídio de Dilma. Na falência dos órgãos e com moral em baixa, o gigante Brasil sucumbe ao vírus minúsculo e invisível.

Nesse ambiente de baixa resistência imunológica, o mosquito se prolifera nas áreas mais pobres, sem saneamento básico, dependentes da bolsa família, em áreas de alagamentos, de lixões, de córregos de esgotos a céu aberto, sem hospitais, sem médicos e sem remédios.

Ao invés de cuidar da causa da epidemia, jogam-se pesticidas e larvicidas para combater o atual hospedeiro do vírus, enquanto o Zika procede às mutações e resistências até às entranhas mais resistentes como o útero materno. E para piorar o quadro desse drama, surgem suspeitas de que um larvicida pode ser a causa dos exponenciais casos de microcefalia no Brasil.

De fato, um componente químico conhecido como Pyriproxyfen, de larvicida utilizado na água e recomendado pelo Ministério da Saúde brasileiro para combater o Aedes aegypti, pode ter relação direta com a microcefalia, segundo pesquisadores argentinos da Physicians in the Crop-Sprayed Towns (PCST).

Morte anunciada – Alguns argumentos são perturbadores, a começar por ser incontestável que o Pyriproxyfen tem sido utilizado em tanques de água potável desde 2014 no Brasil, em regiões com saneamento básico carente, como no Nordeste, região de maior incidência de microcefalia. Ainda, outras epidemias de zika ao redor do mundo não têm sido associadas a problemas congênitos em recém-nascidos.

Além disso, em relação à microcefalia, é que na Colômbia, segundo no ranking de infectados, três mil grávidas foram contaminadas, mas nenhum caso de microcefalia relacionada à doença foi registrado e lá não há o uso do Pyriproxyfen na água. Segundo reportagem da Revista Época, após a divulgação dessa pesquisa dos cientistas argentinos, o governo do Rio Grande do Sul suspendeu o uso em água para consumo humano do larvicida Pyriproxyfen.

Os gaúchos preferiram prevenir a remediar diante do questionamento científico publicado.
Já Dilma, em seu retardo mental na tomada de decisões, teria de admitir que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) poderia ter condenado milhares de crianças brasileiras à morte, ou à microcefalia ou a inúmeras sequelas neurológicas desde 2004, quando aprovou a comercialização do Pyriproxyfen, e, em 2014, o uso desse larvicida na água para consumo humano.

Mas não é da natureza de Dilma ou do PT admitir seus erros ou crimes. No caso, ela encurtaria o suicídio, pois admitir tal letalidade não poderia ser escudada pela estória de valentia do bastião de heróis petistas, tampouco pela alega similaridade com a estatura de Getúlio Vargas. Dilma não tem meios de prover um testamento de bens para as crianças vítimas do vírus zika, quer por sua inaptidão literária e discursiva, quer por sua idiossincrasia política.

A guerra de Dilma é contra ela própria. Os seus cem soldados nas ruas distribuíram folhetos no dia 13, como se entregassem flores de procissão na quaresma. Nesse período, vale lembrar o jesuíta português Antônio Vieira (1608-97), que deu notável contribuição à discussão sobre a arte de morrer. Nos três Sermões para Quarta-Feira de Cinzas, Padre Vieira tem o propósito de persuadir o auditório à mudança de comportamento, ou seja, a afastar-se do pecado.

A grande maioria do povo brasileiro, na quaresma, não quer assistir ao suicídio de Dilma, mas, sim, a renúncia de seu mandato corrompido e dilacerado pela derrocada do mito Lula, seu criador.

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