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E por falar em grampos, Heitor de Aquino grampeou Figueiredo

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José Escarlate

Último presidente do regime militar, ele era um homem caprichoso, detalhista. Amado e odiado, João Baptista de Oliveira Figueiredo gostava de cuidar com amor dos seus cavalos, uma paixão de rapaz. Viveu 12 de sua vida trabalhando no Palácio do Planalto, quando chefiou o Gabinete Militar no governo Médici, o SNI, com Geisel, e dirigiu o Brasil até março de 1985.

Era arredio com a imprensa. Dos repórteres que cobriam a presidência, só cumprimentava o João Firmino Pena, com um breve “alô, Pena”. Depois, melhorou um pouco na sua passagem pelo Hotel Aracoara, quando em campanha e nos primeiros meses do governo, até ser atingido pelo infarto. Embora homem de frases descuidadas, era emotivo, chorão mesmo, mas durão. Sua tarefa foi das mais difíceis, pois além de enfrentar uma oposição forte, teve que brigar também contra o fogo amigo. Os próprios companheiros de caserna.

Carlos Átila, que foi seu porta-voz, diz que o general foi “um campeão da democracia por ter iniciado o processo de democratização e, apesar dos pesares, garantiu a transição para um governo civil”. Na realidade, esse processo foi iniciado por Ernesto Geisel, que se disse decepcionado com seu herdeiro por não corresponder ao que esperava dele.

O general Ivan de Souza Mendes, que chefiou o SNI no governo Sarney, credita a Figueiredo decisão importante. Disse que ele poderia ter ficado mais dois anos no poder, como queria o grupo que o cercava, como também um dos mais importantes líderes oposicionistas da época – o então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.

Duramente magoado e muito doente, sem qualquer inspiração, ele se negou a continuar. Figueiredo virou as costas ao grupo que o levou ao poder, afastando o ex-major Heitor Ferreira de Aquino, que chegou a “grampear” o gabinete presidencial, segundo o próprio Figueiredo afirmou ao Jornal da Tarde.

PV

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