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‘Em off’, diz assessor do Buriti. ‘Gente da Câmara gravou a conversa…’

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Quem gravou (e tornou públicas) as conversas do governador Rodrigo Rollemberg com um grupo de deputados distritais, foi um parlamentar. É o que garante um assessor palaciano que transita livremente pelos gabinetes do Palácio do Buriti.

A informação, dada a Notibras com a condição de a fonte ser preservada,  caiu como um petardo na Câmara Legislativa. E os deputados distritais, indignados, decidiram que a CPI dos Grampos será instalada tão logo acabe o recesso parlamentar iniciado nesta quarta-feira, 1.

Esse informante, remanescente da equipe do ex-chefe da Casa Civil Hélio Doyle, avalia que existe ‘uma máfia’ instalada no cenário político da capital da República, “capaz de envolver inocentes em uma trama para desviar a atenção de assuntos polêmicos”. Ele cita, a título de ilustração, a CPI dos Transportes e as denúncias contra a deputada Telma Rufino (PPL).

As revelações foram feitas por meio de entrevista pelo aplicativo Whatsapp. Sobrou até para o contraventor goiano Carlinhos Cachoeira e seu fiel escudeiro Idalberto Dadá.

– Repete-se hoje o que se fez no início do governo Agnelo Queiroz. Espionam para desviar o foco, tiram a atenção do que estava sendo tramado…”, diz o interlocutor.

Ao colocar a responsabilidade pela gravação no colo dos deputados distritais, o assessor palaciano cita Telma Rufino como suposta responsável. “Quem andou divulgando no Facebook (o áudio) foi uma assessora ou amiga da Telma Rufino. O nome dela é Gabriella Azevedo”, sublinha, para acrescentar em seguida: Mas tem outras duas deputadas…”.

Veja trechos da conversa trocada pelo ‘Zap’:

– A minha suspeita desde o início é que a gravação foi um tiro pela culatra.

– Eu não quero ficar no meio da briga de Dantas com Doyle (sobre insinuações de que o secretário de Relações Institucionais Marcos Dantas alimentou a queda do chefe da Casa Civil Hélio Doyle).

Me tira uma dúvida. Você foi com o Hélio, lotado na Casa Civil?

– Fui inicialmente como diretor (…) e logo em seguida coordenador de (…). No episódio da gravação, alguém pretendeu aguçar a crise e atingiu a todos, principalmente a CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal).

– (…) Atuo também no Grupo de Crises, em conjunto com secretários e profissionais da segurança pública. Nessa condição, sirvo a todos os secretários que demandarem os nossos serviços.

Você é forte.

– Que nada, sou trabalhador. Mino (Mino Pedrosa, o ‘pau no gato’ do programa Retrato Falado, da Rádio OK FM) botou pra lascar hoje. Será que ele desvendou tudo?

Não sei. O que você acha?

– Não sei se os personagens são aqueles, mas deve ter sido um aloprado da Câmara (nesse momento, grifou: ‘em off’). Gravou com um celular e estava perto da Celina.

Levantadas as acusações – bem mais que meras suspeitas – e com base em um desenho da disposição dos deputados na reunião com Rollemberg, Notibras procurou ouvir as deputadas Celina Leão (PDT), Luzia de Paula (PEN) e a própria Telma Rufino.

As três negaram, por meio de suas assessorias, qualquer ligação com o episódio. Telma Rufino chegou a dizer que seu celular sequer tem gravador e desmentiu que tenha conhecimentos com Gabriella Azevedo. Celina reiterou os indícios de que a culpa é de Hélio Doyle, e lembrou a iniciativa de ter pedido investigações à Polícia Civil, Polícia Federal e Ministério Público. Luzia de Paula resumiu a resposta a um simples e enfático ‘não’.

– Acho q estão tentando detonar a Telma, escreveu um repórter de Notibras escalado para ouvir as deputadas. “O assessor da Telma disse que o celular dela não grava por ser antigo, mas não disse qual era a marca; então, não sei se realmente o celular dela não tem gravador. Não que eu queira ser ingênuo, mas a Telma diz que só vivia com seis mil reais do salario que recebe de deputada. O resto é para pagar dividas no banco…”

Telma Rufino é investigada por suposta participação em uma quadrilha que deu um prejuízo de 100 milhões de reais ao Banco do Brasil. Fica, então, uma pergunta: “Qual é a pessoa que rouba e paga dívida de banco?”

– Sei lá, estranho, muito estranho…

José Seabra

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