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Faroeste Caboclo, parte II. Fraga, a Fera, encara Assis, o pai da Bela

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Vem do Século XVIII o conto A Bela e a Fera. O Distrito Federal é um cenário perfeito para mais uma versão, entre tantas outras, da estória original de Gabrielle Barbot, a Dama de Villeneuve. Entre as versões, há pelo menos uma que acontece em um castelo encantado que serviu de refúgio para o mercador, pai de Bela, que ali encontrou abrigo e alimento.

Brasília oferece muitos castelos encantados, alguns servem pratos elaborados para clientes habituais com mesa cativa. Nem sempre, embora também mercadores, esses pais de belas têm comportamento acima de qualquer suspeita.

Foi em um desses castelos da culinária, conhecido como Trattoria Rosário, instalado em bairro nobre de Brasília, que Silvio Assis, que propaga ser pai da bela que preside a Câmara Legislativa do DF, foi encontrado pela Fera: o deputado federal Alberto Fraga.

Na véspera, por telefone, Assis disparou insultos que Fraga não engoliu. Encontrado pela Fera no dia seguinte, quando degustava focaccia e bom vinho pagos por fontes não reveladas, Silvio Assis engoliu em seco o dedo em riste de Fraga no seu nariz.

O assunto da discórdia envolve dívidas feitas e não honradas pelo pai da Bela com fornecedores no Distrito Federal. Pelo histórico de Assis, segundo fontes, não há novidade nisso. Ele consegue, ainda, envolver incautos com bravatas e ostentação.

Sentados à mesa, pelo menos meia dúzia de renomados jornalistas presenciou o episódio. Esses profissionais aparentemente foram aliciados para um novo mecanismo de operação de Assis e rendidos aos seus encantos. Dizem que não haverá final feliz para ninguém e que isso é um fato.

A trajetória de Silvio Assis é conhecida e o clipping das páginas policiais de outros veículos que não o seu, enchem uma pasta amapaense. Desarmado na ocasião, Fraga foi contido por amigos antes de amassar em público a cara amarela do pai da Bela. Por outro lado, quando percebeu que a Fera estava imobilizada por pacifistas, insurgiu-se de valentia e jurou registrar um boletim de ocorrência na Delegacia do Lago Sul contra o coronel-deputado.

Silvio Assis tem um padrinho, além da filha que comanda a CLDF, que é Augusto Carvalho. Por meio deles é que chegou ao menu do Trattoria, travestido de financiador de campanhas, após criar crédito político com a desgraça alheia. E débitos que as feras agora cobram. Nada difere a realidade dos contos seculares. Entre a Bela e a Fera, existe uma eminência parda a quem Celina Leão e Augusto Carvalho deram carta branca.

Hoje o já combalido governador Rodrigo Rollemberg, com 93% de não aprovação nas pesquisas, índice histórico de rejeição, está sem dormir enquanto o bonachão pai da Bela se acha acima da ira da Fera. Fez um péssimo negócio. A Fera é especialista no ramo, despachou muitos bandidos para destinos desconhecidos, sabe onde está pisando. Se o ousado e arrogante Assis – é o que dizem – acha que está seguro na redoma de Celina e Augusto que infernizam Rollemberg, é bom saber que não levou um tiro por sorte, mas deu um tiro no pé.

Azar. Enquanto isso, só a lamentar é ver a experiência de nobres colegas da imprensa se esvaindo em cenas de Faroeste Caboclo, parte 2. Se cuida, Assis… Se cuidem, coleguinhas…

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