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Fraude socializa veículos baianos às custas de heróicos caminhoneiros candangos

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Eu costumo dizer que para corrigir as coisas mal feitas, em especial dos nossos governantes, só mesmo mandando o pau no gato. Mas às vezes é preciso recorrer ao ferro. Ou a Ferro.

Vamos aos fatos verídicos, e não meramente os hipotéticos – que costumam ser patéticos.

Por meses, foi anunciada uma licitação supostamente sem vícios, para que o Governo de Brasília contratasse os serviços de veículos, máquinas e equipamentos. O certame foi vencido pela empresa baiana LN Distribuidora e Comércio Ltda. O valor, 60 milhões de reais. Porém, como havia algo estranho, o Tribunal de Contas do Distrito Federal decidiu usar sua mãe de ferro e suspender o contrato. Pau no gato.

Motivos para agir em defesa dos interesses públicos, o TCDF teve. Afinal, em mais de uma oportunidade, foi divulgado neste espaço e programa Retrato Falado, da OK FM, que a LN, na verdade, é uma empresa totalmente ligada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Vem a ser a mesma legenda do governador Rodrigo Rollemberg.

A rocambolesca história não ficou só nas aparências e ganhou contornos de um verdadeiro roteiro mafioso. A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), se colocou à frente do problema da Cooperativa dos Caminhoneiros de Brasília. A orientação era no sentido de intermediar uma negociação com o GDF. Mesmo porque, os caminhoneiros que prestavam anteriormente os serviços ao governo, além de estarem sem receber há meses, ficaram de fora da milionária licitação.

Celina entrou em cena e levou ao secretário de Articulação Polícia do Palácio do Buriti e presidente Regional do PSB, Marcos Dantas, toda a trama que colocava o partido do governador numa verdadeira sinuca de bico. Ficou visível que toda a licitação não passou de uma verdadeira ação entre amigos.

A empresa vencedora do certame é a empresa mãe de um guarda-chuva com muitas hastes. A LN contou com a participação da WLSP Logística e Construção e a Podium Distribuidora. As duas empresas substituíram a Coopercam, deixando mais de 500 caminhoneiros sem trabalho.

O curioso é que o proprietário da LN, Lázaro Nunes é marido de Caroline Xavier da Cruz, sócia proprietária da Podium Distribuidora. Para o quadro ficar mais negro, sabe-se que Henrique Oliveira, procurador da LN Distribuidora é um velho pseudo socialista, amigo de primeira hora de Rollemnberg.

Com tamanho enredo em mãos ficou fácil para a presidente da Câmara, Celina Leão, enquadrar Marcos Dantas e o PSB, fazendo com que a LN Distribuidora, que não possui um caminhão, terceirizasse todo o serviço da Coopercam. E de quebra colocasse o GDF numa saia justa para pagar as faturas em atraso da cooperativa.

O que o Governo de Brasília não contava é que toda a manobra fosse revelada. O QuidNovi apresentou todo o organograma que mostra uma verdadeira radiografia das empresas baianas vinculadas ao PSB. A propósito, todas elas, envolvidas na ação entre amigos, funcionam no mesmo local e usaram velhas práticas para burlar o certame.

Todo o levantamento que fundamentou a decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal de suspender a licitação ficou a cargo do ex-delegado da Polícia Civil Celso Ferro. Ele dirige uma empresa especializada em técnica de informações.

Como eu tenho dito, é pau no gato. Mas também de vez em quando esse pessoal merece o peso de uma mão de ferro. Ou do Ferro.

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