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Primeiros candangos

Mineiros e goianos abriram as portas para os nordestinos

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Autor/Imagem:


Leonencio Nossa
Nair Assad, Edição

Migrantes do Grande Sertão foram os pioneiros de Brasília. Mas a odisseia desses primeiros “candangos”, como ficaram conhecidos os trabalhadores que construíram a capital, é ignorada pelos livros.

“É um mito que os primeiros candangos vieram do Nordeste. Os nordestinos só chegaram a partir de 1958, na grande estiagem no semiárido”, afirma o historiador Gustavo Chauvet, autor de Brasília e Formosa: 4.500 anos de História, lembrando que os mineiros e os próprios goianos é que foram os primeiros a chegar para construir a capital.

No romance de Guimarães Rosa, o bando de Riobaldo e Diadorim tem dificuldades para chegar a Santa Luzia, atual Luziânia, um dos municípios goianos que cederam terras para a instalação de Brasília. “Nós dois em dianteira, par de homens; um diabo de calor; e os cavalos pisavam légua destinada de cristal e malacachetas. Céu e céu em azul, ao deusdar. O senhor vá ver, em Goiás, como no mundo cabe mundo”, narrou Riobaldo. Os jagunços passaram uma temporada no sertão que mais tarde abrigaria os três Poderes da República.

Não menos difícil foi a travessia de milhares de mineiros que deixaram seu Estado natal para produzir os tijolos usados nas obras da capital. Dezenas de olarias foram abertas nas margens dos Rios Santo Antônio da Papuda – uma referência ao bócio, muito comum na época – e Mata Grande. Ali se formou São Sebastião, hoje uma cidade de cem mil habitantes no Distrito Federal.

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