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Mudando de conversa, como foi que ficou, aquela velha amizade, aquele papo…

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José Escarlate

Por ter comandado o jornalismo da Empresa Brasileira de Notícias desde a sua criação, quando José Sarney assumiu fui para a geladeira. Repórter, experiente, credenciado no Planalto, a mim foi destinada uma pequena mesa no fundo da redação. Era alvo de olhares dos velhos companheiros. Alguns me prestavam solidariedade, com tapinhas nas costas.

Aguentei firme. Chegava na hora certa, cumpria a carga de trabalho – que era nenhum – e deixava a redação ao final do horário. O chefe da redação me ignorava. Curiosamente, eu era amigo do presidente da empresa, o Carlos Marchi, desde os tempos do Globo e do Jornal do Brasil. Um dia fui almoçar com um grande amigo, João Pena, meu repórter, e na conversa contei o que se passava comigo na EBN.

No dia seguinte, desceu um assessor do Marchi, professor da UnB, Luiz Gonzaga Mota, agradável, simpático. Sentou-se ao meu lado e começamos a conversar. Foi quando ele me convidou para fazer matérias especiais, de fundo, para as edições de final de semana dos jornais. Tudo, fora da política. Os temas eram meio-ambiente, plantas medicinais, mar territorial, novas fontes de energia, enfim, um monte de coisas diferentes. Eu enviava pauta dos temas às sucursais da EBN nos estados para recolhimento de dados, que depois seriam reunidos por mim para edição final, com uma redação uniforme, enxuta. Funcionou e o material “bombou”.

Das sucursais, recebemos recortes das matérias de todos os jornais do Brasil inteiro. O material da EBN foi sucesso.Tarefa cumprida, com louvor. Aos poucos fui ocupando espaço. Por ingerência política e pela troca de ministros, Carlos Marchi deixou a EBN, assim como o Luiz Gonzaga Mota, de quem me tornei amigo.

A verdade é que quem chega a um novo posto, se acha com o rei na barriga e quer modificar tudo. Na base daquele conhecido samba “o que passou é poeira”. Decidiram extinguir as matérias especiais. A EBN, que tinha sucursais em todos os estados teve reduzido esses pontos de apoio. Com a chegada de Sarney ao governo, a sucursal do Maranhão ganhou novo status. E assim foi feito também em Alagoas, quando Collor assumiu.

PV

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