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Paizão da ‘Geração Brasília’, P.O. desabafa. Como chegamos a isso?

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Paulo Octávio, empresário que se insere na natureza de Brasilia como um de seus esteios, observa o conjunto da cidade: investimento privado zero, caixa do governo esgotada, obras paradas, greves eclodindo todo dia, saturação de todos os serviços públicos. E se pergunta: como deixamos chegar a isso? Como nossa geração permitiu isso?

Vitorioso na área privada, no comando de suas 14 ou mais empresas, P.O., como é chamado na intimidade e na política, lamenta profundamente que o clima de Brasilia como uma construção permanente, aquele alvoroço do fazer bem e fazer cedo, a serviço da sociedade, seja hoje um retrato na parede.

A Brasilia de JK, obras que não paravam dia e noite, intermináveis mas bem urdidas em seu esboços, é uma recordação de guardadores de fotos antigas.

No seu tempo de vice do Arruda, tendo assumido o governo por vários meses, o GDF tinha R$ 2,5 bilhões em caixa, uma poupança para resguardar o Tesouro do GDF de qualquer vendaval cíclico.

A máquina do Estado no seu tempo de vice de Arruda demandava gastos de R$ 9 bilhões ao ano. Hoje, são R$ 25 bilhões. O empreguismo tomou conta do GDF, o paralisa como uma hidra gigantesca. No espaço de poucos anos, nosso fluxo de crescimento sustentado, financiado por fontes seguras de transferências constitucionais e voluntárias, se perdeu.

P.O. lembra o esforço da bancada do DF quando ele exerceu seu mandato na Câmara dos Deputados para aprovação do Fundo Constitucional. Os deputados de todas os partidos esqueceram suas desavenças e abriram mão de emendas individuais para consagrar uma visão coletiva do todo.

Por que isso tudo parou? Por que Brasília travou? Um dia, quando sentar à frente de sua escrivaninha e em vez de lançar novos empreendimentos deixar fluir sua prodigiosa memória, P.O. poderá clarificar essas razões ainda obscuras.

De uma coisa estou certo que vai encontrar: há uma ponta de amarração de nosso desatino como capital da República na judicialização da política: procuradores jovens e bem intencionados – mas apressados em antecipar o tempo da história – tentando encontrar o feito antes do fato, o gato antes do salto.

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