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Fome de dinheiro

Postos não reduzem preço e gasolina incendeia inflação

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Thaís Barcellos

A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no fechamento do mês de outubro passou de entre 0,20% a 0,25% para 0,40% a 0,50% após a divulgação do indicador na terceira quadrissemana de outubro, que subiu de 0,14% na segunda quadrissemana para 0,24%. A revisão ocorreu, segundo o coordenador do IPC-S da FGV, Paulo Picchetti, diante da não concretização do efeito da redução dos preços de combustíveis pela Petrobras esperado no índice de inflação e da aceleração dos alimentos in natura nesta leitura do IPC-S. Esses dois grupos representaram mais da metade da variação (60%) do indicador na terceira quadrissemana de outubro

Para Picchetti, se o IPC-S fechar entre 0,40% e 0,50% será uma representação “mais fiel” da tendência de dinâmica de preços do que a apresentada em setembro, quando o IPC-S ficou em 0,07%.

Na terceira quadrissemana de outubro, o grupo Transportes foi o principal destaque de alta, passando de 0,31% para 0,49%, com a maior contribuição da gasolina (0,04% para 0,56%). A alta no período chama atenção porque aconteceu na primeira leitura após a revisão dos preços dos combustíveis da Petrobrás, em vigor a partir do dia 15 deste mês, que reduziu a gasolina em 3,2% nas refinarias. O impacto previsto era de recuo do preço nas bombas de 1,4%.

“No índice de inflação, o item não só não cedeu, como apresentou boa aceleração”, disse Picchetti, que explicou que a alta tem relação com o aumento do etanol (2,44% para 3,76%), já que o álcool anidro está presente na composição da gasolina ofertada nos postos.

Segundo o coordenador do índice, a tendência é que o combustível continue subindo no curto prazo. “Aparentemente, neste mês a revisão dos preços da Petrobrás não vai surtir efeito na inflação, já que o etanol vai continuar subindo no curto prazo. Isto acontece porque estamos vivendo o final da safra e devido também à questão do deslocamento dos produtores para o açúcar, aproveitando o preço do mercado internacional.”

Outro grupo que puxou para cima a projeção do IPC-S fechado de outubro é o de Alimentação. Esse segmento de despesa voltou a acelerar, mesmo que ainda tenha apresentado deflação na terceira quadrissemana de outubro (-0,15% para -0,07%). Dentro dos alimentos, o grupo as hortaliças e legumes foram os itens que apresentaram a maior aceleração (-5,13% para -1,73%), como a batata inglesa (-13,39% para -3,32%) e o tomate (1,10% para 3,62%), que devem continuar o movimento de elevação de preços, considerando a alta deles na ponta, de cerca de 15% e 12%, respectivamente.

“A variação desses dois produtos (batata e tomate) explicam o comportamento de alta de todo o grupo Alimentação. Com isso, você tira o efeito benéfico da alimentação com deflação nas últimas semanas. E já deve ter inflação no fechamento do mês”, disse Picchetti.

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