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Os conspiradores

Renan, Jucá e Lobão tramam contra a Operação Lava Jato

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Cláudio Coletti

Nos bastidores do Congresso Nacional crescem movimentos de parlamentares no sentido de conter ou, pelo menos, suavizar as ações dos policiais e procuradores da operação Lava-Jato. A conspiração é tramada no Senado, sob a orientação dos senadores Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Edson Lobão (MA), todos eles da cúpula nacional do PMDB.

Todos eles apontados como envolvidos nos esquemas de corrupção que jogaram a Petrobras numa situação desastrosa. Esses senadores, para se salvarem do tsunami que está sendo provocado pela Lava-Jato, estão dispostos a criar um clima de confronto com o Poder Judiciário e o Ministério Público Federal.

Entre as medidas que estão tentando levar avante são destacadas as mudanças na legislação que trata das delações premiadas. A ideia é só permitir a delação de quem estiver em liberdade. Até agora, as delações, em sua maioria, foram feitas por pessoas que estavam ou ainda continuam na cadeia.

Outra proposta seria a votação de projeto de lei concedendo anistia a todos os condenados pela pratica do caixa dois durante as últimas campanhas eleitorais.

Uma terceira proposta seria a aprovação de projeto de lei com regras severas para o abuso de autoridade. O objetivo é brecar a forma bombástica utilizada pelos policiais e procuradores federais para anunciar as operações da Lava-Jato.

A eleição do senador Edson Lobão para presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado fez parte da estratégia idealizada para reduzir a atuação da Lava-jato. Ao assumir o cargo, o parlamentar do Maranhão armou sua artilharia. Afirmou que a anistia do caixa dois eleitoral é constitucional. Defendeu mudanças já na legislação que cuida das delações premiadas.

“Delação só deve ser feita com delator solto”- afirmou Lobão, detonando, em seguida: “A Lava Jato virou um inquérito universal. Não acho que a Lava- Jato tem de ser extinta, mas conduzir ao ponto que está chegando, a criminalização da vida pública, é o que nos envia para a tirania”.

O presidente Michel Temer, por seu lado, tem demostrado estar na contramão do que buscam os senadores do PMDB. Ele decidiu nomear ministro da justiça alguém que tenha posições favoráveis a Lava- Jato.

O ex-presidente do STF ministro aposentado Carlos Ayres Britto, fez um apelo veemente em defesa da Lava- Jato, classificando-a de “emblemática” e “irreversível”. Afirmou: “O país passou por uma reflexão histórica durante o julgamento do mensalão e a Lava-jato é a continuidade dessas mudanças de visão. O Brasil deu um tranco na cultura da impunidade de pessoas postadas nos andares de cima da sociedade e a Lava-Jato segue nesse caminho que é uma postulação republicana, que é tratar todos com igualdade perante a lei. Entendo que a lava-jato constituiu numa espécie de patrimônio da coletividade brasileira, no sentido de responsabilizar quem comprovadamente tem culpa no cartório”.

Da tribuna do Senado, a senadora amazonense Vanessa Graziotin (PCdoB) chamou atenção para os riscos de enfraquecimento da Lava-Jato. Destacou que está na hora dos movimentos de Vem pra Rua e Ética na Política voltarem a se mobilizar, bater panelas. Querem acabar com a Lava-Jato e está todo mundo quieto? – Questionou a senadora.

Nas redes sociais já estão sendo articuladas para o dia 12 de março concentrações populares em defesa da Lava-Jato e chamar atenção para outros males que atormentam a vida dos brasileiros.

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