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Rollemberg chama fichas suja da Câmara para ocupar secretarias

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Os deputados Júlio Cesar (PRB) e Joe Vale (PDT) costumam caminhar lado a lado na Câmara Legislativa quando se trata de defender os interesses do Palácio do Buriti. Agem como se irmãos siameses fossem, e têm muita coisa em comum, inclusive processos na Justiça. Mais coisas eles terão para dividir a partir da reforma administrativa (e consequentemente do secretariado), que o governador Rodrigo Rollemberg está prestes a anunciar.

Foi sacramentada nesta quarta, 30, a divisão da supersecretaria antes mesmo de ser criada. Onde antes se lia Cultura, Turismo, Esporte, Trabalho, Ciência e Tecnologia, Agricultura, e Desenvolvimento Econômico sob o mesmo guarda-chuva, lê-se agora duas sombrinhas. A primeira, mais enxuta, onde rola a bola, ficará com Júlio César. A segunda, cheia garoupas e onças de charcos enlameados, será entregue a Joe Vale.

Pelo rumo dos inúmeros processos que correm na Justiça (inclusive no Tribunal de Contas da União), tanto Júlio quanto Joe estão prestes a receber o carimbo de ficha-suja. Nada de excepcional, considerando que outros nomes manchados compõem a equipe de Rollemberg. Mas, como a lista é grande, hoje vou me ater apenas à questão de Júlio César. Até porque, Joe merece um capítulo exclusivo, que remonta à sua passagem por uma secretaria do Ministério da Ciência e Tecnologia, como sucessor do hoje governador de Brasília.

Vamos, portanto, fazer um Raio X da carreira política de Júlio César. Oportunamente, o espaço será preenchido com a história de Joe Vale.

Júlio, líder do governo Rollemberg na Câmara Legislativa, será nomeado secretário de Estado porque necessita urgentemente de um foro privilegiado. É que a situação dele está sendo pintada com cores negras pelo Ministério Público e pela Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública.

Hoje até que se justifica o silêncio do líder de Rollemberg. Júlio Cesar anda tenso, sofrendo piques de pressão arterial. Tudo isso é fruto dos processos que tramitam contra ele. Esse é o motivo da insônia do parlamentar.

Embora seja religioso fervoroso, bispo evangélico, Júlio Cesar não pode apostar muito em orações para tirá-lo do labirinto em que se meteu. As digitais dele estão no Lins – Instituto da Livre Iniciativa Social. E sequer a influência da poderosa Igreja Universal do Reino de Deus poderá livrá-lo do inferno.

O passado do parlamentar no governo de Agnelo Queiroz é desabonador. Um único processo apura a destinação de 2 milhões 200 mil reais. As investigações apontam que o Lins de Júlio Cesar, na realidade, servia de fachada para desvio de recursos públicos. A Promotoria do Patrimônio Público e Social sabe disso. A Decap também.

A vida ontem obscura do deputado pode ser iluminada com uma secretaria. E Marcos Dantas, que a ele deve favores por ter agido como um trator para aprovar projetos do Buriti, não mede esforços para vê-lo alçado a um posto que lhe garanta foro privilegiado. Para isso vai bater de frente até com Celina Leão, presidente da Câmara Legislativa, que tem mostrado as garras para fazer de uma irmã secretária do Esporte e seus respectivos tentáculos.

No frigir dos ovos, vai sobrar para Leila, claro. Excetuando-se a possibilidade de Rollemberg acordar e dar uma cortada certeira na rede – não a da Marina, mas aquela que pega garoupas excessivamente vivas, mesmo admitindo-se que não passam de piabas, e onças pintadas que deixam o cerrado para ilustrar cédulas na selva de pedra.

Porque peixe graúdo, todos sabemos, só fica usando a caneta.

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