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Até Carnaval

Rui faturava alto com Panecos e amigos lucravam

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José Escarlate

Figura excepcional, querido por todos nas redações da cidade, ele era o chefe do setor de publicidade do O Globo, em Brasília, onde atuou por mais de 30 anos. Rui Fernandes da Rosa Filho, alegre, observador atento a tudo, tinha um tino comercial absurdo. Para ele tudo era “faturável”.

Rui tirava do impossível matéria publicitária de boa qualidade. Era Oficial de Chancelaria do Itamaraty, onde se aposentou no serviço público e, anos mais tarde, como jornalista e publicitário.

No final dos anos 60, quando eu escrevia a coluna “Brasília – DF”, no Correio Braziliense, ele dizia ser ela um prato cheio. Volta e meia ia à redação, encostava entre a minha mesa e a do Zé Natal e dizia: “Escala, essa coluna dá dinheiro”. E eu nem me tocava, puro que era.

Em meados do ano, O Globo publicava um gordo caderno especial, “Panorama Econômico”, que lá no jornal chamávamos de “Paneco”. Era material de economia, com uma redação enxuta, mas essas matérias eram faturadas, a bom preço.

Amigo da turma, o Rui chamava os repórteres do jornal a darem sua contribuição na redação do material. Pagava bem. Eu nunca topei, pois não sei fazer matéria desse tipo, mas ajudava a outros companheiros, mais abertos.

Certa ocasião, época de carnaval, o Rui sumiu. Reapareceu dias depois com um caderno especial sobre Momo, com a manchete dizendo “Cuiabá, terceiro carnaval do Brasil”. Rio, Salvador e São Paulo que disputassem um lugar ao sol.

Nos encontrávamos sempre no Pão Italiano do Lago Norte ou no Piantella. O nosso querido Rui, alegre e um grande contador de histórias, lutou dois anos valentemente contra um câncer de próstata, até sucumbir, aos 68 anos de idade. Deixou dois filhos, gêmeos, cinco netos e muita saudade e respeito.

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