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Ceilândia

Saúde da Família amplia atendimento com equipe maior

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Mariana Damaceno

Fabrício Borges de Souza, de 42 anos, trabalhou por 15 anos com a Estratégia Saúde da Família em Goiás. Nomeado em 8 de abril na Secretaria de Saúde do DF, ele conta que, nas consultas, explica aos pacientes o método, que está sendo ampliado em Brasília, e tenta sensibilizá-los para as mudanças que sentirão a partir de agora.

O médico especialista em saúde de família e comunidade é um dos seis profissionais que passaram a integrar o quadro da Unidade Básica de Saúde (UBS) 9 de Ceilândia.

A lotação deles e o remanejamento de alguns enfermeiros da rede permitiram que o local passasse a contar com nove equipes de saúde da família — seis a mais que antes — e ampliasse de 10% para 100% a cobertura da estratégia.

As mudanças vão desde o formato da consulta até o resultado que ele proporciona na vida dos pacientes. O médico conta que, nesta fase de adaptação, chegam a estranhar, inclusive, as perguntas feitas no consultório. “Tem muitos que dizem que estou entrando muito na vida deles”, brinca.

Ele explica que o interesse pelo contexto familiar e comunitário em que cada pessoa está incluída é essencial para o que a Estratégia Saúde da Família prioriza: o atendimento integral ao paciente.

“Antes, eles estavam habituados a relatar uma intercorrência isolada, com um especialista determinado. Agora, os pacientes terão uma equipe que atenderá a todos os problemas que podem influenciar na saúde deles.”

Ampliação – Com mudança, a Unidade Básica de Saúde 9 também ampliará o horário de atendimento. Antes, no local, havias consultas apenas em dias de semana, das 7 horas ao meio-dia e das 13 às 18 horas.

A nova escala possibilitará que, até junho, os atendimentos comecem a ser das 7 às 19 horas, de segunda a sexta-feira, e das 7 horas ao meio-dia, aos sábados.

Segundo o diretor de Atenção Primária da Região Oeste, Luís Henrique Mota, a fase agora é de organizar o fluxo de trabalho. O território, com cerca de 30 mil pessoas, será dividido e vinculado a cada uma das equipes. A agenda dos profissionais será 50% destinada às consultas marcadas previamente e 50% para pessoas que não tenham feito o agendamento.

As seis equipes de saúde da família substituíram quatro especialistas: dois clínicos, um ginecologista e um pediatra. Esses profissionais foram transferidos para outras unidades básicas ou para outro nível de atenção, por exemplo. No caso do pediatra, ele será transformado em um especialista de retaguarda.

“O que estamos chamando de retaguarda especializada é uma espécie de laboratório com essas três especialidades focais [clínica médica, ginecologia e pediatria], que darão apoio às equipes”, explica o diretor. Esses locais, que estão sendo estruturados, atenderão apenas casos encaminhados pela atenção primária.

Estratégia – A Estratégia Saúde da Família tem como base o atendimento integral ao paciente. “Eu preciso saber do emocional, do físico, do psicológico”, resume o médico Fabrício Borges. Para isso, o vínculo é imprescindível.

O contato mais cuidadoso com a vida de cada pessoa faz com que o método não eleja o consultório médico como único lugar para se cuidar da saúde. “Depois de algumas consultas, eu posso perceber, por exemplo, que tem alguma coisa a mais do que fiquei sabendo que está impedindo a cura de algum problema. Então, preciso conhecer pessoalmente o contexto social daquela pessoa para entender o que está acontecendo”, exemplifica o médico.

Essa visita pode ser na casa, na escola ou em qualquer outro lugar que a equipe perceba ser necessário. No entanto, essa análise é feita caso a caso. “Os profissionais fazem atendimento fora, mas eles precisam da estrutura que tem a unidade para fazer um acolhimento mais adequado”, disse Luís Henrique Mota, para esclarecer que a UBS é o local prioritário para esse contato.

Avanço – Além dos seis profissionais, Ceilândia recebeu outros quatro médicos de saúde da família e comunidade. Com isso, foi possível criar duas equipes da estratégia na Unidade Básica de 2, que estava com atendimento exclusivamente sob o antigo modelo.

Além disso, foi ampliado o número de equipes nas unidades 8 e 12 (ambas puderam criar mais um grupo), que foram escolhidas dentro de critérios de vulnerabilidade para estarem entre as quatro primeiras a migrar o atendimento para exclusivamente Estratégia Saúde da Família.

Ceilândia começou o processo de conversão com cobertura de 23,4%. Atualmente esse número já chega a 42,9%.

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