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Mais Drácon

Se é para ser sincero, diga. Há virgens na Câmara?

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Edson Sombra

Na sequência da deflagração da Operação Drácon, o deputado distrital Cristiano Araújo, um dos parlamentares que se tornou réu pelo crime de corrupção com dinheiro da saúde, foi alvo de interceptação ambiental, quando foi flagrado dizendo “vamos ser sinceros: ninguém aqui (na CLDF) ninguém é virgem”.

Segundo o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), em denúncia aceita pela unanimidade dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Cristiano era o intermediário da propina com empresas da área de saúde. Os demais distritais acusados de corrupção com dinheiro da saúde pública são Celina Leão, Bispo Renato, Júlio Cesar e Raimundo Ribeiro.

A investigação é conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal e pelo Ministério Público do Distrito Federal. A Comissão Parlamentar de Inquérito, da própria Câmara Legislativa já identificou inúmeros sinais de que existe corrupção generalizada no sistema de saúde local. É bom lembrar que a CPI da saúde é presidida pelo deputado Wellington Luiz.

O natural é que a Mesa Diretora da Câmara Legislativa, prestigiando o trabalho dos desembargadores, policiais civis e promotores de Justiça desse prosseguimento aos processos de quebra de decoro parlamentar contra Cristiano Araújo, Celina Leão, Bispo Renato, Júlio Cesar e Raimundo Ribeiro.

Mas, como vociferou Cristiano Araújo, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, ninguém é virgem. Terá ele razão?

O Vice-Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Wellington Luiz, garante que o assunto está encerrado, está ultrapassado. Pelo menos foi o que ele disse em entrevista ao DFTV na segunda edição de ontem.

Wellington Luiz que representa os policiais civis do Distrito Federal, sua base eleitoral, está descartando o trabalho de seus colegas policiais? Tenho certeza que não.

De fato, parece que ninguém é virgem na Câmara Legislativa. O brasiliense não suporta mais o compadrio existente naquela casa.

Deputados não podem promover uma “orgia” com dinheiro na saúde e ficarem isentos de investigações no âmbito da Câmara Legislativa. O Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Wellington Luiz, não tem o direito de dizer que a investigação sobre a corrupção na saúde é um assunto superado, sob pena de se tornar, aos olhos da sociedade, como mais um integrante do grupo dos “não-virgens” do parlamento.

A declaração do parlamentar ofende a sociedade e a própria categoria que o elegeu, que se arrisca nas ruas para investigar crimes menos graves do que os que são imputados pelo Ministério Público aos deputados distritais Cristiano Araújo, Celina Leão, Bispo Renato, Júlio Cesar e Raimundo Ribeiro.

Se forem inocentes, que sejam inocentados pelos demais deputados em votação aberta e transparente, mas, hoje, eles, são acusados de corrupção com dinheiro da saúde pública, com dinheiro de UTI’s, enquanto a população morre sem atendimento médico. A sociedade espera que o bom-senso prevaleça e que os processos sejam deliberados pela Mesa Diretora.

Vamos ser sinceros? Não acredito, ouso afirmar que a dignidade do parlamento e dezessete distritais não permitirá com a pizza que alguns distritais querem assar e servir à população do Distrito Federal.

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