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Vão mofar?

Suposta tabela de propina complica Arruda e Agnelo

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Autor/Imagem:


Paulo Victor Chagas
Carolina Paiva, Edição

No que depender do Ministério Público e da Polícia Federal, os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), ficarão presos bem mais que o novo prazo (cinco dias) acatado pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira. É que mais informações surgem a cada momento, complicando a situação dos suspeitos, além de Tadeu Filippelli, preso, junto com os ex-governadores, na operação que apura desvio de 900 milhões de reais nas obras do estádio Mané Garrincha.

Entre os documentos agora divulgados, e que contribuíram para a prorrogação das prisões, estão tabelas de planilhas de supostas propinas pagas a Arruda, Agnelo e Filippelli. O juiz Vallçisney avalia que os suspeitos, ficando detidos por um prazo maior, não poderia influenciar para barrar as investigações. Por enquanto, é certo que o grupo ficará nas celas da Polícia federal, em Brasília, até o dia 2 de junho.

Na decisão que estendeu o prazo de prisão, o magistrado argumentou que a soltura poderia prejudicar a colheita de provas, inclusive em relação “a terceiros, que poderão ser alvo de novos pedidos”. “A prisão temporária dos requeridos se afigura imprescindível para o êxito das diligências policiais nesta fase em que devem concentrar-se os diversos atos visando à busca de provas, para que não atrapalhem por si ou por terceiros as investigações e para se garantir aprofundamento e sucesso da investigação, em razão do relevante grau de influência política e econômica dos investigados”, escreveu o juiz.

Arruda, Agnelo, Filippeli e mais sete pessoas são investigadas por supostas irregularidades na contratação de obras públicas como a reforma do Estádio Mané Garrincha, um dos palcos da Copa do Mundo de 2014, e a implantação do Sistema BRT Sul (obra de mobilidade urbana custeada com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC). Após a operação, que investiga um prejuízo de R$ 1,3 bilhão nas obras do estádio, o juiz bloqueou mais de R$ 150 milhões dos suspeitos.

Na decisão, Vallisney disse que, devido à “complexidade fática” dos delitos, e à necessidade de outras ações policiais, ainda restam “inúmeras diligências investigativas”. Ao defender que a prisão seja mantida, o Ministério Público Federal se manifesta dizendo que a prorrogação da situação dos presos deve garantir a “tutela da investigação referente aos gravíssimos crimes cometidos com atuação decisiva e relevante dos custodiados”.

Dois detidos – Jorge Luiz Salomão e Nilson Marotelli – pediram medidas cautelares devido a problemas de saúde, mas o magistrado considerou que o tratamento pode ser garantido mesmo na situação de prisão. “Os problemas de saúde suscitados pelos investigados, ainda que sejam fatores relevantes, por si sós não são capazes de afastar a necessidade de suas custódias, temporárias que são, uma vez que poderão ser resolvidos no âmbito do próprio ambiente prisional em que se encontram, por meio de visitas médicas ou até, se for o caso, de encaminhamento a determinados centros de saúde ou hospital”, observou ainda o juiz.

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