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Temer abandona barco de Dilma, Joaquim Levy deve ir junto e a crise se aprofunda

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A crise em que o Brasil está atolado ganha dimensão tal, que as possíveis soluções para contorná-la vão se esvaindo.

Na segunda-feira, o vice-presidente Michel Temer abandonou a tarefa de coordenador político do governo. Não será mais o interlocutor junto ao Congresso Nacional para a pacificação da base aliada. Sua tarefa era tornar mais palatável as relações entre a presidente Dilma, os deputados e senadores. Temer não suportou a pressão negativa exercida pelo PT.

Tudo indica que a presidente Dilma perdeu também a confiança em Temer, depois que ele disse que havia a necessidade “de um líder para unificar o Brasil”.

Talvez, o mesmo caminho de Temer será seguido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Os petistas não o engolem, devido suas propostas para alcançar o ajuste fiscal e colocar as contas do governo em ordem. Joaquim Levy está totalmente escanteado dentro do governo.

A saída de Temer do barco de Dilma é o primeiro passo para o distanciamento entre PMDB e PT. Então, a presidente Dilma passaria a ter o PMDB como seu adversário na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Depois do anúncio da saída de Michel Temer, a presidente Dilma surpreendeu a todos ao afirmar que errou ao subestimar o tamanho da crise econômica que tomou conta do seu governo. Anunciou que vai preparar o país para sair dessa crise. Revelou que cortará dois mil cargos comissionados e extinguirá 10 dos 39 ministérios, mas não detalhou quais as pastas serão atingidas.

Um dia depois do afastamento do vice-presidente Michel Temer das negociações políticas do governo, o Palácio do Planalto autorizou a liberação R$ 500 milhões para pagamento de emendas apresentadas ao orçamento da União pelos parlamentares.

O que se vê hoje é uma situação semelhante ao do estouro de uma boiada. Deputados, senadores, dirigentes de partidos, figuras coroadas do governo, todos correndo de um lado para outro, sem rumo definido. Atônitos em sua maioria, procuram entender o que está acontecendo, procuram dimensionar as alternativas para levar o Brasil a sair da grave crise política, econômica e ética – em que está atolado.

O nó maior a ser desatado é a definição do futuro de Dilma Rousseff. Ela será defenestrada do governo? Ou governará até o dia 31 de dezembro de 2018?

Essa questão ficou mais tensa depois da decisão do ministro Gilmar Mendes, no Tribunal Superior Eleitoral, relator das prestações de contas da campanha eleitoral de 2014. Disse ele ter encontrado fortes indícios de que recursos usurpados da Petrobras foram usados na campanha da reeleição de Dilma-Michel Temer, no ano passado. Inclusive, pediu que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal façam uma rigorosa investigação.

É justamente essa comprovação que o PSDB está procurando para entrar com pedido de impeachment da presidente Dilma. A impugnação da chapa Dilma-Temer pela Justiça Eleitoral seria a saída ideal para os tucanos, já que seriam convocadas novas eleições, sem necessidade de qualquer apreciação do caso pelo Congresso Nacional.

Para o Palácio do Planalto, a decisão do ministro Gilmar Mendes não passa de um factoide, atentando contra a democracia.

A expectativa é que, nos próximos dias, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhe ao Supremo Tribunal Federal novos pedidos de abertura de processos contra vários parlamentares, ex-ministros e ex-governadores, por supostos recebimentos de recursos desviados da Petrobras. Dizem que são mais de cem. Está em andamento em Curitiba 26 processos, sob os cuidados do Juiz federal Sérgio Moro.

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