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Trapalhadas dos milicos na UnB, onde confundem fome com vontade de comer

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José Escarlate

Por ocasião da invasão da UnB, no governo Costa e Silva, eu chefiava a reportagem do Correio Braziliense. Na invasão, os militares apreenderam, como prova de subversão comunista, um livro. Tratava-se de “O Vermelho e o Negro”, do escritor francês Stendhal.

Recolhida ainda uma bandeira, que foi apresentada como sendo da China. Ela estaria hasteada na Faculdade de Educação. Foi constatado, depois, que a bandeira que fora apreendida pelos doutos da redentora era do Japão, e que homenageava crianças nisseis que expunham gravuras na UnB.

Para culminar, demonstrando que a ignorância estava a serviço da pátria, a redentora resolveu fazer com estardalhaço e chamando toda a imprensa, uma exposição do material apreendido, identificando as peças. Entre elas, havia um livro bem antigo. Ao lado, a legenda registrava: “livro subversivo em chinês”. Era uma bíblia, em hebraico.

PV

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