Instituição doente e bancários enfermos
PH empurra BRB para UTI e servidores tentam salvar banco

O Banco de Brasília está a caminho da UTI e seus servidores, grande parte também enferma, tenta salvar a instituição de uma morte precoce. O veneno vem sendo aplicado desde que Paulo Henrique Costa assumiu a direção do BRB. Esse diagnóstico é assinado por quatro diretores do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal: Cristiano Severo, Daniel Oliveira, Ivan Amarante e Samantha Sousa.
O grupo, supostamente dissidente da atual presidência do Sindicato, que estaria atrelada à política de PH. faz uma analogia inversa do atual quadro com o personagem Paulo Cintura, da Escolinha do Professor Raimundo, para quem saúde é o que interessa, o resto não tem pressa’. Na nota assinada pelos quatro sindicalistas, lê-se um quadro preocupante.
(…) Paulo Henrique, presidente do BRB, parece não ter muita preocupação com a saúde, pelo menos dos outros. Durante a sua gestão, os trabalhadores têm reclamado da sobrecarga de trabalho, do adoecimento físico e psíquico e do estado de saúde do (próprio) Banco de Brasília”, diz o texto, que manifesta, também, preocupação com assédio moral. “Desde que os trabalhos de Paulo Henrique se iniciaram no BRB, os servidores têm trazido relatos dos episódios de assédio moral ocorridos na instituição, duma forma e numa intensidade que ainda não havia ocorrido. As pessoas falam que o assédio virou ferramenta de gestão”, afirmam os sindicalistas.
O texto continua: “As avaliações vão no sentido de que, ou Paulo Henrique trouxe em seu “modus operandi” o assédio moral ou ignora este, praticado por sua diretoria. Uma informação que chegou para alguns diretores do Sindicato é de que nos últimos três anos da gestão de Paulo, que não é o “Cintura”, teria havido mais de mil afastamentos de pessoas adoecidas com classificação pelo CID “F”. São designadas pela letra F e estão elencados os transtornos mentais e comportamentais que tiveram uma causa externa. Transtornos neuróticos e relacionados ao estresse também são contemplados nesse CID”.
Em função do assédio moral, pontua a nota, “pessoas têm visto seus lares serem desfeitos ou serem impactados negativamente pelo extrapolar diário e contínuo da jornada de trabalho. A impressão para os bancários no BRB é de que saúde não tem pressa”.
A pressão sobre Paulo Henrique não para por aí. Segundo o texto que circula nas redes sociais, de modo controverso, a saúde da instituição (antes) sólida e robusta, parece não estar bem. Sim, há sinais preocupantes. É o que avaliam diversos bancários, sejam eles da rede ou do prédio. (…) Para os que não sabem o que entre os bancários do BRB se chama de prédio, quer dizer a Direção Geral da instituição. Mas fisicamente, são aquelas torres no setor bancário norte, alugadas muito rapidamente da CNC – Confederação Nacional do Comércio, pelas quais pagamos em torno de 3,5 milhões de reais por mês”.
Sobre a fragilidade financeira do BRB, os sindicalistas afirmam que na gestão de Paulo Henrique “foram vendidas dezenas de imóveis do banco; foi vendida a nossa DTVM; a corretora de seguros; (ele) vendeu ações da Visa; a nossa empresa de cartão já está praticamente entregue; está em curso um “financiamento” da reforma do autódromo que parece que vai superar a cifra de 60 milhões de reais; patrocínios que custam milhões para a instituição sem, segundo alguns, nenhum estudo que demonstre o retorno verdadeiro para o BRB. Ou seja, o que se entende é que a instituição está sendo fatiada e dilapidada. Além de privatizada pelas beiradas”.
Já sobre o último balanço do banco, enfatiza o texto de dirigentes do Sindicato, “os lucros do BRB têm sido ás custas da alienação do patrimônio, da venda de ativos. Segundo esses atores, a rentabilidade do banco está diminuta. Às custas de muito marketing e de narrativas, Paulo Henrique tenta dizer que os resultados são por conta dos negócios, mas os balanços demonstram outra coisa. Os lucros recordes têm sido graças ao patrimônio do banco que está sendo vendido, e Paulo tenta de todas as maneiras dizer que é fruto de sua eficiência na presidência”.
A ser verdade o que sublinham os signatários da nota, toda a pirotecnia e marketing que gira em torno do presidente tem custado muito ao Banco de Brasília: “Só para o ano de 2023 o que será destinado para a propaganda e marketing custará dezenas de milhões, isso é o que se estima. Só não vê quem não quer. Alguns não viam em função de algum ‘Pão e Circo’. Mas como a PLR mirrou, mesmo com tanto do banco tendo sido vendido, talvez as pessoas estejam com sua mente mais livre e com a acuidade visual melhor para ver que o nosso BRB parece estar debaixo de maus lençóis. Alguns bancários dizem ter medo de que a situação seja ainda pior quando forem retirados os lençóis”.
O texto encerra com um prognóstico: Paulo Henrique, quando sair do BRB, muito provavelmente será indicado para algum grande cargo por aí. E nós, teremos BRB? O Banco de Brasília não pode ir parar na UTI”.
Post scriptum: a imagem que ilustra este texto é uma reprodução que circulou nas redes sociais e veiculada no início do mês por Notibras. Na segunda-feira, 13, fomos intimados a depor na Delegacia de Combate à Corrupção e Crime Organizado, sobre a origem da faixa. As autoridades policiais precisam saber que jornalistas noticiam fatos, e, consequentemente, não geram fatos.
