Todo ser vivo, sem exceção, deseja ser feliz. O que é natural. Afinal de contas, qual o sentido da vida, senão procurar estar sempre alegre e apreciar as coisas boas que o mundo nos proporciona? Esse é o nosso objetivo primeiro… sentir-se bem…
Nem poderia ser de outra forma, visto que nos sentirmos pertencentes a um grupo qualquer é o primeiro passo para que possamos desfrutar desse estado de espírito. Uma pessoa feliz necessita estar rodeada de outras tão felizes quanto. É como se tal estado fosse contagioso… quando estamos em um grupo onde todos se encontram em um estado de alegria automaticamente nos sentimos assim, também…
Verdade que, em decorrência de algum problema de ordem particular, esse estado de euforia, causado pela comunhão entre as pessoas pode se esvair ao nos distanciarmos de sua companhia. A influência do todo cessa quando nos defrontamos com o uno, que é nosso estado natural. Podemos até mesmo entrar em depressão, dependendo do grau do problema por nós enfrentado….
Não raro, pessoas que necessitam estar sempre no meio de grupos para sentir-se vivas, uma vez que em seu estado natural são solitárias, não por opção, mas devido a circunstancias que fogem de seu controle, ao se afastarem da reunião social da qual participavam, podem sentir-se melancólicas… até mesmo depressivas…
Tal estado é mais comum em épocas onde o mote é a reunião familiar e estas, por não pertencerem a nenhum núcleo dessa natureza, acabam por ficar isoladas de certas festividades que, de outra forma, seriam normais e corriqueiras. Veja bem, não estou dizendo que toda pessoa que vive sozinha vai sentir-se excluída nesses casos. Estou dizendo que pessoas, que são solitárias por falta de opção, podem sim cair em um estado melancólico, que procurarão mascarar de todas as maneiras de forma que as pessoas à sua voltam não percebam…
Para não se sentirem solitárias, estas lançam mão de todos os recursos disponíveis. O primeiro, é claro, é a procura por seus iguais. Não digo “seus pares” porque tal afirmação não encontra respaldo no tipo de relacionamento destes. Quando muito, encontros fortuitos, sem a pretensão de alongar tais relações…
Tal comportamento tem suas causas, na maioria das vezes, em traumas de sua infância. E pode haver uma gama enorme de situações que fazem com que o indivíduo tenha medo de assumir uma relação mais séria com outra pessoa. Pois o medo de acabar por envolver-se em uma situação parecida com alguma experiência ruim de seu passado acaba por impedi-lo de tentar um relacionamento mais sério com quem quer que seja…
Isso não significa, de forma alguma, que este não desejaria uma relação “normal” com alguém. Mas, como eu disse, o medo de que uma situação não agradável do passado se replique com este e a pessoa escolhida faz com que este crie um muro à sua volta, preferindo viver como “agregado” de algum de seus amigos mais íntimos…
Vale tudo para ser feliz. Em uma comemoração qualquer a pessoa por vezes abusa do álcool, para sentir-se alegre. Porque ela necessita desse estado de euforia. De outra forma ela não se sentiria segura para extravasar aquilo que realmente sente em seu íntimo. Se bem que, mesmo sob o efeito do álcool, a pessoa continua mascarada, pois há várias camadas de personalidade protegendo seu verdadeiro “eu”… enquanto esse não for alcançado pela plateia, a pessoa sente uma certa segurança. Afinal, seus atos não representam quem ela é na realidade…
Sim, as pessoas usam muletas variadas para que possam se sentir pertencentes a um núcleo social qualquer. Porque, em verdade, embora vivamos isolados em nosso Universo Particular, embora a solidão seja nosso estado natural, desejamos fazer parte de um grupo qualquer. E se precisamos lançar mão de algum artifício para que nos sintamos bem, e se esse artifício envolve algum tipo de droga… a bebida alcoólica é uma droga… acabamos por aceitar tal elemento que sabemos de antemão que será prejudicial para nós… mas consideramos um preço baixo a pagar, desde que tenhamos aquela sensação que perseguimos tão incessantemente… a felicidade. Mesmo que seja artificial. Mesmo que dure apenas alguns momentos…
Para que possamos ajudar as pessoas que se encontram nessas condições, precisamos usar de empatia. Tentarmos entender o que realmente se passa com nosso semelhante. Estendermos a mão a esses, pois estão gritando por socorro, mesmo que mascarem seu pedido atrás de um falso sorriso. Temos como identificar alguém que não se encontra bem emocionalmente. Mas acabamos por abandoná-lo a sua própria sorte, envoltas que estamos com nossos próprios problemas. Pois viver não é fácil. Mas se não nos dermos a mão e nos ajudar uns ao outros, o sentimento de solidão fará esvanecer o sorriso da maioria das pessoas que vivem à nossa volta… e o mundo se tornará cada vez mais sombrio…
A alegria de viver não depende de nenhum tipo de aditivo… basta simplesmente abrirmos nosso coração e procuramos fazer felizes aqueles que estão a nossa volta… doar a todos o Amor que trazemos em nossa alma. E tenha certeza… aquilo que você doa generosamente, o Universo te devolverá em dobro…
E assim, somente assim, poderemos viver em um mundo onde a alegria e a felicidade realmente estarão espalhadas por toda a humanidade. Sem necessidade de nenhum tipo de fuga da realidade. Somente o Amor estará a nossa volta, nos permitindo apreciar a Natureza em toda a sua plenitude… pois estamos no Paraíso e apenas nossa cegueira nos impede de sermos felizes como desejamos e merecemos…
