A cena I se passa no primeiro dia do Conclave.
Diz o ditado que todos os caminhos levam a Roma.
E aprendi que não há Papa sem Conclave. Não há pauta sem clave, porta sem chave e escândalo grave… sem plateia. Por isso peço que ouça minha história.
Ao chegar no condomínio, o elevador estava quebrado. Você sabe que subir cinco escadas, depois de voltar de lugar que não dá pra usar banheiro, é complicado.
A essa altura da leitura, você quer saber onde fui. Fui na delegacia dar queixa contra o condomínio pelo não cumprimento das Leis 10.098/2000 e 13.146/2015 que contemplam meu caso que é o de mobilidade reduzida.
Ao voltar, o genro de uma senhora do Conselho Fiscal do Condomínio estava “dialogando em altos brados” com a ” legítima esposa”.
Outro casal de vizinhos estava chegando e outra moradora estava com o celular na direção dos briguentos.
O rapaz que chegava perguntou:
” O que foi? Foi bala perdida?
O beligerante saiu na janela e perguntou se não tinham o que fazer.
Fiquei com medo que o briguento usasse arma contra os vizinhos da plateia.
Saí correndo na medida do possível… Mas tive que voltar pra pegar o carro porque resolvi ir ao restaurante porque precisava usar o banheiro.
Saí do local chorando alto.
Diga-me o que fazer. Você que também é idosa e viúva.
Cena 2
Finalmente a fumacinha branca fluiu pela chaminé, no Vaticano. E, nesses instantes, todos imaginam que as coisas se acalmarão nos domínios e condomínios do poder e da fé.
De toda forma, todos os dias os novos desafios infernizam ao limite.
Viver em comunidade é uma coisa; vegetar num condomínio de doidos é dose para verdadeiros Leões.
Resta a inspiração no nome adotado pelo Prevost, bispo agostiniano no Peru, depois cardeal e agora Papa Leão XIV.
Lá, Habemus Papa (e sem condomínio); aqui, Habemus Caos (com condomínio caríssimo pela hora da morte).
No condomínio daqui, a chaminé parece vomitar 24 horas/dia uma densa e fedorenta fumaça escura feito breu.
Saudade do Papa Chico.
