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A Coragem de Fechar Portas

Há declarações que soam duras demais para caberem no peito, mas algumas verdades só florescem depois do deserto. E nós sabemos: o deserto sempre chega antes da clareza. Por muito tempo acreditamos que certas pessoas eram capítulos inevitáveis da nossa história como se o destino tivesse nos colocado diante delas para cumprir algum propósito grandioso. Mas existem encontros que, olhando de longe, entendemos que nunca deveriam ter acontecido. E, ainda assim, aconteceram. E deixaram marcas.

Dizer que bloquearíamos alguém desde o primeiro dia não é sobre raiva é sobre lucidez. É o reconhecimento tardio de que ignoramos sinais, silenciamos nossos instintos e justificamos o injustificável em nome de um sentimento que só existia de um lado. Fomos bondosos demais com quem não soube segurar nossas mãos e generosos demais com quem não sabia nem caminhar ao nosso lado.

Mas crescer dói. E aprender, mais ainda.

Hoje, quando olhamos para trás, não desejamos vingança, mas sim prevenção. Não queremos que o passado volte queremos garantir que nunca mais tenha espaço. O bloqueio, aqui, é símbolo de algo maior: é a coragem de nos escolhermos, de proteger nossa sanidade, nossa paz e o pouco de inocência que ainda resta.

E, no fundo, sabemos: se tivéssemos nos amado com a força que nos amamos agora, teríamos percebido de imediato que aquela presença não era destino, era distração. E distrações às vezes custam caro.

Por isso, reafirmamos com firmeza, sem culpa e sem peso:

Se tivéssemos outra chance de conhecer certas pessoas, começaríamos escolhendo a nós mesmos. E para isso, sim, bloquearíamos no primeiro dia.

Porque amar a si mesmo é, muitas vezes, o maior ato de coragem que podemos praticar.

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