Hoje acordei com vinte e um anos
e a janela parecia guardar um azul antigo,
daqueles que Rubem Braga enxergaria
num dia em que o céu decide falar baixinho.
O vento entrou suave, mexendo nos papéis,
e me lembrou que crescer é menos sobre força
e mais sobre confiança —
essa fé que Jesus plantou no coração da gente
para quando o caminho parece largo demais.
Lá fora, um rádio esquecidinho tocava Roberto Carlos,
cantando sobre esperança, estrada e amor,
e eu percebi que certas músicas
são quase orações que a gente canta sem saber.
Preparei um café devagar,
abrindo o dia como quem abre um presente simples,
e pensei que os vinte e um trazem uma novidade boa:
a de entender que viver não é controlar tudo,
é entregar o passo e seguir guiado
por Deus, que é maior que nós.
Então escrevi meu nome no canto do hoje,
com calma, com paz,
como quem confia que cada amanhecer
já vem abençoado por Deus.
E segui — leve —
sabendo que começar de novo
também é um gesto de fé,
um jeito de dizer ao mundo:
“estou pronto para o que vier,
porque não caminho sozinho.”
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Jovanna Pin. Mulher, filha, cristã, Publicitária, assessora política, apaixonada pela arte de escrever.