A OMS declarou a solidão como uma ameaça global à saúde, equiparando seu impacto a fumar 15 cigarros por dia. Você já se sentiu completamente sozinho em uma sala cheia de pessoas? Ou mesmo ao rolar a tela do celular repleta de mensagens?
Essa sensação contraditória é mais comum e perigosa do que imaginamos. A solidão crônica é um estado interno de desconexão que corrói nossa saúde mental e física. Mas existem caminhos para reconectar-se de forma simples e a respirar consciente é o primeiro passo.
A solidão vai muito além da carência afetiva. Ela é uma ferida que enfraquece o sistema imunológico, aumenta o risco de depressão em 25% e nos paralisa em um ciclo de isolamento. No dia a dia, ela se disfarça de cansaço extremo, de desinteresse por coisas que antes traziam prazer e daquela voz interior que insiste em dizer: “ninguém me entende de verdade”. É uma crise de significado, não de quantidade de contatos.
A solidão dói quando nos desconectamos de nós mesmos. Isso acontece porque priorizamos desempenhar um papel (como o de profissional bem-sucedido ou amigo divertido) em vez de sermos autênticos e mostrarmos quem realmente somos inclusive, nossas vulnerabilidades. No fundo, a solidão é um sinal de que queremos muito nos sentirmos pertencentes a um grupo e sermos aceitos e valorizados pelo que realmente somos, sem precisar usar máscaras.
Ao contrário do que muitos pensam, para acabar com a solidão, você não precisa conhecer mais gente, e sim aprofundar as relações que você já tem, mesmo que sejam poucas.
Troque quantidade por qualidade: uma conversa de 20 minutos sem celular por perto vale mais que 200 mensagens.
Busque estar perto de pessoas alinhadas com seu estilo de vida, participe de grupos (presenciais ou online) de atividades que você gosta, como leitura ou trilha. O foco na atividade facilita a conexão real.
Se permita ser vulnerável: compartilhe algo pequeno e verdadeiro com alguém de confiança. “Estou me sentindo um pouco sobrecarregado hoje” já é um começo poderoso.
Reconhecer a solidão já é um ato de coragem. A cura começa em pequenos gestos de reconexão: um abraço mais demorado, uma escuta verdadeira, um cafezinho no meio da tarde, uma caminhada em contato com a natureza para reconectar-se consigo mesmo e o mais importante, buscar ajuda. A terapia é um passo fundamental para entender a origem dessa desconexão e reconstruir, de forma segura, a ponte que te reconecta ao mundo e principalmente com você mesmo.
Que tal, ainda hoje, enviar uma mensagem de voz para alguém que você realmente gosta, em vez de um texto rápido?
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Marina Dutra – Terapeuta integrativa
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