A vida é como uma chama de uma vela. Uma simples brisa pode apagá-la. Todos nós sabemos disso. Mas procuramos nos esquecer desse fato. O que, de certa forma é bom, pois podemos seguir nosso caminho sem pensar na sombra que vive a acompanhar-nos desde o momento em que abrimos os olhos pela primeira vez nesse plano. Agimos como se imortais fôssemos…
Fazemos planos de longo prazo sem ter nenhuma garantia de poder concluí-los. Ainda na infância traçamos os caminhos que desejamos seguir… nossos modelos, nossos heróis, geralmente são nossos pais… claro que, durante o percurso, muitas vezes desviamos dos rumos inicialmente pretendidos… pois a relação custo-benefício nos é incutida desde a mais tenra infância…
Quando passamos à segunda infância e nos aproximamos da adolescência, uma miríade de caminhos se abre à nossa frente. Todos prometendo nos levar ao Paraíso. Cada um deles nos mostrando o que teríamos se o seguíssemos. E aí vamos escolher os passos de acordo com nosso objetivo. Quanto mais ambiciosas formos, mais riscos correremos nessa escolha. Pois quanto mais benesses tal caminho nos prometer, mais chances teremos de enveredar no mesmo…
O problema com determinados caminhos é que o preço que nos cobrarão lá na ponta será proporcional ao que nos ofereceu e entregou. E qual caminho nos fez seguir para chegar até ali. Nem sempre concluímos a jornada, não como imaginamos no inicio. E isso tem um motivo claro… a recompensa nunca é aquela que esperamos… na maioria das vezes o pagamento não condiz com o sacrifício exigido para chegar em determinado destino…
O que ninguém nos fala, quando começamos um novo trajeto, é que seremos cooptadas para defender um ideal que não é o nosso. E aquele objetivo inicial jamais será alcançado, pois o trono que desejamos já está ocupado e para chegar até ele, teríamos que subir vários níveis e, dependendo de nossas escolhas, derrubar aqueles que estão posicionados em nosso caminho…
A maioria de nós é convocada para agir como peões no Grande Jogo da Vida. Nossa função é ser, única e simplesmente, bucha de canhão. Mas tal não nos é revelado, não até a hora fatídica, quando somos instadas a defender com nossa vida o Status Quo da Família Real… somos a linha de frente, descartáveis. Pois defender o Rei é mais importante que nossa integridade física. O pior? Fazem um trabalho tal que, no final, não só acreditamos que essa linha de pensamento é a certa, como ainda criticamos aqueles que não rezam por nossa cartilha…
Infelizmente somos levadas a aceitar qualquer pensamento que ofereça um argumento coerente… mesmo que cheio de incoerências. Ou você acha que as pessoas que se lançam em batalhas perdidas tem alguma noção do quão inúteis são para o Sistema? Ainda assim, defendem com unhas e dentes uma linha de pensamento que pensa apenas em eliminá-las para continuar gozando do conforto que o sacrifício destas lhe proporciona…
Todos nós almejamos alcançar a posição de Líderes. Porém tal honraria é concedida a poucos. Apenas aqueles que não tem escrúpulos em jogar seu grupo na fogueira, se tal for solicitado pelos que estão níveis acima, poderão exercer o comando. Mas… esses “líderes” iniciais também são descartáveis. Pois ao enviar seu pessoal para o Campo de Batalha, terão que seguir junto ao mesmo, para orientá-los durante a luta, e colocá-los no Altar de Marte, se necessário for. Somente subirão de posição se conseguirem sobreviver nos confrontos iniciais, mesmo que a custa de seu batalhão…
Antes que me pergunte… não, não estou falando literalmente. Mesmo o ato de imolar, aqui citado, é apenas uma figura de linguagem… mas podemos morrer em vida de várias formas…
Por mais que nos doa admitir, escolher um caminho errado pode trazer sequelas para toda a nossa vida. Porém… como vamos saber se escolhemos o caminho certo ou o errado, até que tenhamos dado o passo naquela direção? Contamos com a orientação daqueles que já estão na estrada a mais tempo, com nossas observações, com os conselhos de nossos genitores… mas no final, a escolha de nosso Destino cabe apenas a nós… não poderemos culpar ninguém se no futuro fracassarmos em nossa senda…
Por isso, um conselho… procure sempre, como as mariposas, ficar próxima da Luz… se esta aquecer sua Alma, as chances de ter escolhido o caminho certo são altas… se, ao contrário, essa Luz oferecer apenas luminosidade, mas nenhum calor, bem…
Sejamos a Luz que aquece não só nossa Alma, mas também a de todos aqueles que se juntarem a nós nessa caminhada. E procuremos sempre o brilho do Amor e da Verdade em cada passo que dermos. Pois esse brilho, com certeza, nos guiará até nosso objetivo, que é encontrar os Campos Elísios, onde a Paz reina para todo o sempre e a dor não encontra morada…
