A inveja é mais do que uma emoção. É uma condição que dificulta a caminhada espiritual e, por consequência, a conexão com o universo. Ela pode ser vista sob várias perspectivas nas muitas tradições espirituais anciãs da humanidade. Porém, é possível transmuta-la e transformá-la em crescimento espiritual. A inveja pode ser entendida como energia desalinhada, tanto pessoal quanto do ambiente ou dirigida. No plano pessoal, ao manifestá-la, podemos compreendê-la como uma desconexão da nossa essência espiritual. Nos afastando da caminhada pessoal e espiritual, distraindo-nos com o que os outros aparentemente têm. Geralmente, causada pela incapacidade de percebermos o que temos, sermos gratos e empáticos.
Espiritualmente, a inveja pode criar bloqueios em nosso campo energético, impedindo o fluxo livre de energia vital. Isso pode afetar nosso bem-estar físico e emocional. Ela dispara a ansiedade que, como se sabe, pode causar várias doenças quando ocorre de forma contínua ou intensa. Em muitas tradições anciãs, ela é considerada parte da “sombra pessoal”, que geralmente preferimos não reconhecer. Trabalhar com a sombra é essencial para o crescimento espiritual, permitindo que a luz se integre nessas áreas. Essa abordagem deve ser feita por profissional habilitado, um terapeuta, psiquiatra ou psicólogo. Para transcender e transmutar a inveja temos a gratidão. Ela é uma “ferramenta” emocional poderosíssima.
Utilizá-la corretamente demanda tempo, humildade e prática contínua. Não se trata de colocar as mãos unidas frente o rosto abaixando a cabeça, como nos cumprimentos orientais, nem ser um “gratiluz”. Sua prática diária é uma via de se transmutar a inveja. Uma linha que segue essa prática, por exemplo, é a tradição anciã havaiana conhecida como Ho’oponopono. Ela é baseada na ideia de que, ao assumir a responsabilidade por nossos pensamentos e ações, podemos curar feridas emocionais e resolver conflitos internos e externos, sempre finalizando com a gratidão pela oportunidade de limpeza e cura. E a inveja nos torna tóxicos, ansiosos, agressivos e, dessa forma, propensos a adoecer. A gratidão, ao focar no que temos, eleva a vibração dos corpos sutis, e fortalecendo nossa conexão espiritual e física, diminuindo a ansiedade e colocando-a para trabalhar a nosso favor. Outro aspecto importante, e alquímico, é a aceitação afetuosa de nós mesmos, da nossa jornada e da missão da nossa alma. Somos únicos, assim como a nossa jornada pessoal. Esse trabalho nos ajuda a reconhecer as diferenças humanas, eliminando a necessidade de comparação para gerarmos sensação de “plenitude.
Além de tudo isso, facilita que a gente perceba, reconheça e receba nossas sombras. Nesse momento, temos uma oportunidade abençoada de autoconhecimento e de mudança daquilo que é possível mudar e aceitar o que não é possível. Essa atitude que nos ajuda a descobrir nossa essência. A meditação é sempre citada como caminho para promover a compaixão e o amor-próprio. É claro que esses sentimentos ajudam a compreender e dissolver alquimicamente a inveja. Eles permitem uma visão mais clara do nosso verdadeiro eu. Porém, meditar é um exercício, um hábito, que pode demorar muito tempo para termos resultados ou não. Portanto, a meditação deve ser vista como uma prática importante e complementar. Por ser um sentimento “menos trabalhoso” do que mudar atitudes e comportamentos, a inveja é um estado desafiador. Mas existem várias práticas místico-espirituais que podem ajudar a transmutar esse sentimento em algo positivo e fortalecer nosso caminho espiritual. Vão desde rituais simples até a rituais de maior complexidade. Veja só alguns deles:
– Ritual de Liberação: Realize um ritual de liberação onde você escreve o que causa inveja e, em seguida, queima o papel como um ato simbólico de liberação.
– Visualização de Luz: Durante a meditação, visualize uma luz dourada envolvendo você, dissolvendo quaisquer sentimentos de inveja e restaurando o equilíbrio energético, preenchendo seu ser com paz e harmonia. As práticas de visualização são mais difíceis por necessitarem de foco e ambiente com poucos estímulos.
– Diário Espiritual: Mantenha um diário para registrar momentos de inveja e suas reflexões sobre eles. Isso pode ajudar a identificar padrões e promover o autoconhecimento.
Além dessas estratégias apresentadas temos a aplicação da meditação guiada, conhecida como a “Meditação de Amor-Próprio”. Seu objetivo é fortalecer o amor-próprio e a autocompaixão, que são antídotos naturais para a inveja. Durante a meditação, concentre-se em enviar amor e aceitação a si mesmo. Visualize-se envolto em uma luz calorosa e acolhedora. Outra prática é o Ritual de Gratidão, que nos ajuda a substituir o sentimento de inveja por gratidão, mudando o foco para o que você já tem. Diariamente, escreva três coisas pelas quais você é grato. Isso ajuda a realinhar suas energias e a elevar sua vibração. Essa prática pode ser usada em outras situações de vida.
Para os adeptos de banhos existem os de limpeza energética, que buscam a remoção dos bloqueios energéticos causados pela inveja. Temos uma infinidade de materiais como as ervas e minerais como o sal grosso. Também a defumação é uma excelente forma de trabalho. Podemos usar a sálvia ou palo santo para defumar seu espaço pessoal, por exemplo, limpando energias negativas e promovendo equilíbrio. Pois bem, a questão é a seguinte: “e quando a inveja vem de fontes externas, o que fazer?” Aguardem nosso próximo encontro, lá mostrarei como a alquimia pode nos proteger!
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Marco Mammoli é Mestre Conselheiro e Membro do conselho do Colégio dos Magos e Sacerdotisas.
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