Nem sempre o existir é melodia,
mas há música no silêncio da alma que escuta.
Às vezes, os caminhos são bordados com cristais partidos,
noutras, são tapetes de aromas que embriagam o espírito.
Se só houvesse perfume, não haveria memória do esforço,
nem o brilho conquistado após a tempestade.
As pedras ensinam a dança do equilíbrio,
os espinhos revelam a força escondida sob a pele do tempo.
A poesia é o véu que acaricia o invisível,
um beijo de luz nas sombras do sentir.
Sonhar é lançar sementes no céu e colher constelações,
desejar é atravessar o véu do mistério e tocar o pulsar do infinito.
Cada lágrima é uma pérola que o coração lapida,
cada sorriso, um sol que renasce entre nuvens.
E assim seguimos não como quem foge da dor,
mas como quem a transforma em flor.