Ádamo Araújo
O Sistema Produtor Corumbá 4, próximo a Luziânia (GO), começará a fornecer água até o fim de 2018. Durante vistoria às obras, na manhã desta sexta-feira (31), o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, projetou para setembro do ano que vem o início dos testes para distribuição.
Trata-se de um projeto estratégico para assegurar o provimento de água para as gerações futuras. “Com fornecimento de até 5,6 mil litros por segundo, essa obra entra no sistema de captação e distribuição que vai ampliar em 70% a capacidade de abastecimento do DF”, destacou Rollemberg.
A fase de licitação começou em 2009, e os trabalhos, dois anos depois. Em 2013, a gestão passada paralisou a obra. “Logo no início de 2015, preocupados com o crescimento populacional e a gestão hídrica de Brasília, recebemos recursos federais e retomamos o serviço imediatamente”, lembrou o governador.
A construção, em parceria com o governo de Goiás, está orçada em cerca de R$ 540 milhões — divididos de forma igualitária — e vai abastecer 1,3 milhão de pessoas nas duas unidades federativas.
No DF, moradores do Gama, de Santa Maria e do Recanto das Emas serão beneficiados. No estado vizinho, o público abastecido será o da Cidade Ocidental, de Luziânia, do Novo Gama e de Valparaíso.
Compete à companhia de saneamento de Goiás, a Saneago, a captação hídrica e a construção de 15 quilômetros da adutora. Outros 15 quilômetros são de responsabilidade da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), bem como a estação de tratamento. “Posteriormente, cada uma cuidará de construir uma estação elevatória e uma adutora para levar a água até suas regiões”, explicou o presidente da empresa pública, Maurício Luduvice.
Dividida em etapas, a obra está 65% executada. O sistema envolve a captação de água do Lago de Corumbá, que será encaminhada para tratamento em Valparaíso (GO). Depois, a água será bombeada para o DF e o Entorno.
As intervenções sob responsabilidade de Goiás estão interrompidas após recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que investiga ilícitos em contratos e licitações da estatal goiana. No entanto, já há encaminhamento para solução do problema.
O diretor de Produção da Saneago, Marco Túlio de Moura, informou que o Ministério das Cidades está com o parecer sobre a retomada do serviço por parte de Goiás. “O estado ainda não teve acesso ao documento, mas a tendência é que seja favorável para a imediata volta ao trabalho.”
As obras do Subsistema do Bananal, no Parque Nacional de Brasília, atingiram 18% de execução na semana passada. A projeção é beneficiar cerca de 170 mil habitantes com a estrutura, na qual estão sendo investidos R$ 20 milhões.
De acordo com o projeto, o subsistema se integra ao Santa Maria-Torto para reforçar o abastecimento em 11 regiões administrativas. As intervenções da primeira grande obra de captação de água no DF desde a Bacia do Pipiripau, há 16 anos, começaram em novembro de 2016.
A água será captada do Ribeirão Bananal e injetada na tubulação adutora que conduz água do Lago de Santa Maria à Estação de Tratamento de Água de Brasília.
A Caesb tem também um projeto, já licitado, para captar, armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá. As obras aguardam apenas a liberação de recursos federais (cerca de R$ 480 milhões). Pelos próximos 40 anos, serão atendidas 600 mil pessoas no Paranoá, no Lago Oeste, no Tororó, nos condomínios Jardim ABC, Jardim Botânico e Alphaville e em Sobradinho.
Além disso, foi aberto nesta sexta-feira (31) o pregão eletrônico para a captação emergencial no Lago Paranoá, com a qual o Descoberto vai receber reforço de 700 litros por segundo.