Posso estar enganada, mas tenho a sensação de que o Brasil está respirando um pouco melhor ultimamente. Nada a ver com a qualidade do ar, mas com a ausência de uma família inteira que por anos ocupou o noticiário como se fosse série da Netflix: os Bolsonaros.
Veja bem, não quero parecer maldosa (mentira, quero sim), mas esse foi o primeiro fim de semana desde que Jair Bolsonaro foi impedido de usar redes sociais e de sair de casa. E aparentemente o país está mais… silencioso. A paz reina, os passarinhos voltaram a cantar e até o Fantástico ficou mais agradável. Parece que tiraram o som do apito de panela.
Eduardo, o embaixador informal contra o Brasil na Flórida, continua nos Estados Unidos, onde provavelmente passa os dias tentando explicar, em inglês macarrônico, por que o pai dele agora anda de tornozeleira em vez de gravata.
Flávio Bolsonaro, por sua vez, resolveu dar um tempo do noticiário nacional e sumiu do mapa. Pode estar na Europa, pode estar na Lua. Não sei. Só sei que está ótimo assim. A ausência deles tem sido como aquele ventilador barulhento que a gente desliga e só então percebe o quanto estava incomodando.
Aliás, com esse silêncio institucionalizado, as pessoas voltaram a falar de futebol! O brasileiro pode finalmente acompanhar o campeonato nacional sem o medo de, no meio do segundo tempo, ter que ler um tuíte do ex-presidente xingando o ministro Alexandre de Moraes, propondo golpe ou compartilhando vídeo de cloroquina com orégano.
Ontem mesmo ouvi alguém falando: “E o Vasco, hein?” e era sobre futebol! Não era código pra operação da PF, nem metáfora pra mais uma tentativa de golpe. Era só… futebol. Que delícia.
No fim das contas, acho que o Brasil merecia esse descanso. Um retiro espiritual longe do WhatsApp da família Bolsonaro. Vamos aproveitar esse momento raro de paz para focar em assuntos realmente importantes: como escalar o Cartola, discutir se o Palmeiras vai dar conta do recado e, claro, torcer para que essa fase boa, sem live de ódio e sem motociata, dure bastante.
Se depender de mim, Jair pode continuar em casa no fim de semana, fazendo sudoku, cuidando da horta ou jogando dominó com o Carluxo. Tá ótimo assim.
