Há pessoas que, ao encontrarmos pela primeira vez, temos a sensação de conhecê-las a vida toda. É algo que não dá para explicar, simplesmente a ligação que se forma entre as duas pessoas é tão forte que muitas vezes acabamos por confundir esse sentimento. É Amor, não há dúvida quanto a isso. É aquilo que chamamos de “Amor à primeira vista”. Mas é um Amor transcendental, que foge das classificações corriqueiras. E por quê? Simples… é o encontro de duas almas irmãs…
Vamos esclarecer uma coisa… “alma irmã” não é o mesmo que “alma gêmea”… quando duas “almas gêmeas” se encontram a atração física é a que conta… são os hormônios que entram em ação e a química completa essa ligação. O encontro de duas “almas irmãs” se dá de uma forma mais pura… não é a atração sexual que as liga. Nem mesmo a comunhão de ideias. Porque muitas vezes a opinião destas é tão divergente que as pessoas ao seu redor não conseguem entender como podem se entender. Mas é assim que tudo acontece. Mesmo divergentes, se compreendem perfeitamente…
Durante nossa caminhada por esse plano acabamos por encontrar algumas almas irmãs que nos auxiliam e apoiam. Sempre que precisamos de um conselho, de apoio, de um ombro para chorar, lá está nossa irmã. Alguns chamam de “amizade”, embora nem todos os amigos se prestam para esse papel. Aliás, sendo realistas, poucas amizades realmente são sinceras. Quer dizer, nem sempre o sentimento em questão é puro e verdadeiro. Diferente da alma irmã. Pois com essa a conexão é completa, sem nenhum tipo de cobrança…
A relação entre as pessoas é complexa e muitas vezes aquilo que é líquido e certo para algumas nada diz para as outras. E o fato de duas pessoas nada terem em comum causa estranheza entre as outras, porque não há, aparentemente, nenhum elo de ligação entre essas… mas estão ali, sempre uma ao lado da outra, observando e, quando ne-cessário, aconselhando…
Claro que essas pessoas terão suas desavenças. Como todo mundo, aliás. Mas mesmo quando há uma querela entre elas, não haverá mágoa que perdure. Claro, depende do motivo de tal desavença. Se houver quebra de confiança cada um seguirá seu caminho, sem olhar para traz… mas aí será porque o tempo dessa união chegou ao fim…
Pode soar um tanto estranho dizer que duas almas irmãs tem um tempo para ficarem juntas para depois simplesmente se separarem. Mas existe um motivo para isso. A vida é uma escola, estamos aqui para aprender. Mas não existem mestres ministrando as lições. Não mestres visíveis, pelo menos. Tudo que passamos, simplesmente passamos. Não importa quão fácil ou difícil tal lição se apresente, temos que absorver o conhecimento que essa nos traz. E é aí que a “alma irmã” entra… está ali para nos ajudar a entender o que está acontecendo…
Não reparamos nesse detalhe, mas a maioria das pessoas que vivem ao nosso redor tem sempre um perfil parecido. E aquelas mais íntimas, que chamamos de “amigas”, costumam ser cópias umas das outras. Claro que essa semelhança não é física… é da alma, mesmo…
Mesmo que não atentemos a isso, estamos sempre rodeadas por nossos iguais. Claro que em qualquer grupo há pessoas das mais variadas personalidades, mas nossa turma geralmente tem um perfil parecido. Ou seja, “os pássaros se reconhecem pelas penas”…
Sim, participamos de grupos variados, onde a maioria de seus componentes nada tem em comum. Mas já percebeu que nesses grupos costumam se formar pequenas turmas que, mesmo dividindo ideias comuns com a maioria, acabam por se agrupar com aqueles com quem tem mais afinidade? E que, quem não consegue se encaixar no meio, acaba por sair da turma? A gente não nota essas coisas de imediato, mas acon-tecem o tempo todo. Se você se encontra em um meio que não é o seu, não demora muito para seguir seu caminho. Por escolha própria ou por ser “incentivada” a continuar sua busca em outro lugar. Porque você está destoando daquele núcleo social. E se nele permanecer poderá, com o tempo causar um desagregamento do grupo em questão… pois esse não funcionará a contento se todas as suas engrenagens não estiverem encaixadas corretamente. E se a falha não for corrigida a tempo, bem… com certeza ela irá se deteriorando, até deixar de existir…
As famosas “panelinhas” que se tornam pequenos núcleos dentro de uma agremiação maior nada mais são do que a reunião de almas irmãs em busca de um conhecimento maior de seus objetivos… é o famoso “Quem somos? Onde estamos? Para onde va-mos?” Claro que aqueles que não fazem parte de tal núcleo não conseguem entender a profundidade do mesmo… mas, como eu disse, é simplesmente a reunião de almas irmãs, perseguindo um objetivo comum, que nem sempre sabem qual é…
Somos parte de um grande quebra-cabeças, onde as peças vão se encaixando conforme a necessidade do Organismo Maior do qual fazemos parte. Não, acho que podemos dizer que somos peças de um jogo, espalhadas no Grande Tabuleiro da Vida. E conforme as jogadas são feitas, vamos sendo levadas de roldão, ora avançando casas no tabuleiro, ora sendo retiradas da jogada. E assim permaneceremos, até que o jogo se encerre para nós e sejamos guardadas de volta na caixa onde as peças repousam por todo o sempre… mas enquanto estivermos participando desse jogo, nossas almas irmãs estarão ali nos apoiando e incentivando nossa caminhada. Afinal, elas são a Luz que ilumina nosso caminho, assim como nós iluminamos o caminho destas…
Nenhuma alma irmã nos acompanha durante toda nossa caminhada. Porque, assim como nós, elas também têm sua jornada a cumprir. Mas enquanto for necessário, para nós ou para elas, estaremos caminhando juntas. E quando uma partir, logo outra to-mará seu lugar, pois sem ajuda não teremos como seguir em nossa senda. Ou seja, enquanto tivermos alguma lição para aprender com determinada alma irmã, ela nos acompanhará… quando sua missão for cumprida seguirá seu caminho, assim como seguiremos o nosso…
Mas não precisamos ficar tristes com tal separação… afinal, chegará o dia em que to-das as almas irmãs se reunirão novamente e viverão felizes no Nirvana, que é o Destino Final de todas nós…