A alquimia é, antes de tudo, uma ciência do invisível e uma de suas linguagens secretas é a geometria. Entender as formas sagradas do universo é entender a geometria da alma. Cada forma contém um poder, uma ideia-potência da nossa “anima”. Todo o macrocosmo é formado por figuras que o estruturam, assim como o é no microcosmo, poderia ter dito Hermes, o três vezes mestre. A alquimia procura desvelar essas figuras na busca da transmutação interior. Concordo com o bom e velho Platão, “Deus geometriza sempre”!
A linha reta é considerada uma figura geométrica plana e para a alquimia a linha reta é símbolo de vontade dirigida, intenção pura, camada espiritual ativa e princípio de manifestação. Ela representa o caminho direto entre dois pontos, ou seja, entre o desejo do alquimista e sua realização. A linha reta é a espada do alquimista, o raio da vontade divina e o caminho da luz no labirinto da matéria. Ela corta. Ela aponta.
As figuras geométricas básicas são o círculo, o quadrado, o triangulo e o pentagrama. Todas representam etapas ou elementos alquímicos.
O círculo é o Uno. É o caos primordial, o ovo filosófico, a totalidade ainda indiferenciada. Nada começa fora dele. Ele contém o tempo, o espaço, o espírito não dividido. No laboratório interno do alquimista, o círculo representa a consciência pura antes do início da Obra.
É o forno selado, a consciência ainda em potencial. Um campo fértil onde o espírito há de fermentar. Como bem disse Hermes, o três vezes mestre, “Tudo está contido no Uno, e o Uno contém o Todo.”
Quatro lados. Quatro elementos. Quatro direções. O quadrado contém a idéia de laboratório alquímico. Representa a matéria estruturada, o mundo da forma, o campo onde a alma desce para operar.
Ele é o vaso hermético, o athanor da vida cotidiana em que as experiências são os reagentes. Aqui o alquimista aprende a lidar com a densidade, a suportar o calor, a purificar o chumbo da existência. O quadrado é o chão onde se finca o bastão da Obra.
Três pontas representando o Espírito, Alma, Corpo. Ou, a Tese, Antítese, Síntese. O triângulo representa o fogo. É movimento ascendente e vontade dirigida. Em alquimia, o triângulo invertido representa água, mas, pode simbolizar a união de forças opostas como masculino e feminino. Por todas essas características tornou-se o símbolo das operações alquímicas: calcinação, sublimação e coagulação. É o impulso transformador que nasce do atrito entre espírito e matéria. É na manipulação dos triângulos que o alquimista trabalha as polaridades com precisão. É sob a inspiração desse símbolo que o alquimista trabalha seu caos interno. Ao atingir essa etapa, o caos começa a ganhar forma e a dança entre opostos revela seu centro oculto. Se bem conduzida, ao final o pentagrama se revela. Suas cinco pontas são os quatro elementos equilibrados sob a direção do espírito e envoltos na quintessência. Desse modo o pentagrama passa a ser o símbolo do Microcosmo, do ser humano em harmonia com o Todo.
Mas, é preciso realizar correta e diligentemente a Obra para se tornar um pentagrama vivo. Um homem vitruviano, tal qual na obra do grande mestre Leonardo. Então, o alquimista além de dominar os elementos, ele os incorpora.
Com o Tetragrammaton gravado em seu centro, o pentagrama é escudo, estrela, portal entre os mundos e espelho da alma. Aqui, o alquimista está nesse portal cósmico tornando-se senhor de si mesmo, podendo escolher seus caminhos, aquele que traz em si a quintessência.
E quando tudo parece terminado, ele surge. O dragão, ou a serpente, que morde a própria cauda. Ouroboros é o selo da grande obra. Ao fazer esse movimento se transforma uma reta em círculo simbolizando o eterno retorno, o ciclo fechado, a união de Alfa com o Ômega. O início encontra o fim.
Ele nos lembra que toda realização retorna ao ponto de partida, porém num novo plano.
É o alquimista transmutado retornando ao mundo, mas agora como Mestre, capaz de reiniciar o ciclo, não por necessidade, mas por escolha.
O ouro não é o fim. É o começo refeito com consciência.
A Geometria é o Verbo Silencioso dos multiversos, onde cada forma é uma palavra. Cada traço, uma operação. A geometria não é decoração, é estrutura espiritual.
Quando o alquimista desenha um círculo, ele convoca o Todo. Quando ergue um pentagrama, invoca o próprio Daemon.
A Grande Obra é escrita com formas e selada com silêncio.
E aquele que souber ler as formas, entenderá que a geometria é a gramática dos deuses. A alquimia está cheia de símbolos geométricos, cada um funcionando como uma chave vibracional, um portal hermético, uma equação do espírito.
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Marco Mammoli
Membro Conselheiro do Colégio dos Magos e Sacerdotisas
@colegiodosmagosesacerdotisas
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