A amizade é o tipo de amor que não exige explicação. Aristóteles já dizia, na Ética a Nicômaco, que há amizades por prazer, por utilidade e por virtude sendo esta última a mais nobre, aquela que deseja o bem do outro por quem ele é.
Em tempos de laços frágeis e conexões líquidas (como bem escreveu Bauman), a amizade que permanece é resistência. É antissistema. É revolução. Ter um amigo é ter uma morada simbólica onde repousar.
Acabamos de comemorar o dia do amigo, e penso em cada uma que esteve comigo quando não havia sucesso, nem beleza, nem força, apenas dor. E penso também nas que se foram, não por maldade, mas por desencontro. A amizade é também perda. Mas enquanto dura, é abrigo.