O que fazer quando se é assediada por um assediador?
Essa pergunta, infelizmente, ainda ecoa com força no cotidiano das mulheres, seja no trabalho, nas ruas, ou, como vimos recentemente, até em eventos internacionais, onde a presença feminina deveria ser sinônimo de respeito e representatividade.
Durante a COP30, o ex-deputado Arthur do Val, conhecido por suas atitudes misóginas, chamando mulheres ucranianas de fáceis e por integrar o movimento de extrema direita MBL, tentou constranger a ministra Anielle Franco. O vídeo circula nas redes sociais e mostra claramente o momento em que ela, com firmeza e dignidade, o coloca em seu devido lugar: “Você é um assediador. No dia em que você aprender a respeitar as mulheres, eu falo com você!”.
Foi uma cena poderosa e necessária. Porque o assédio, em qualquer forma que se apresente, é uma tentativa de silenciamento. É a tentativa de transformar a presença de uma mulher em um campo de desconforto, de dúvida, de medo. Mas Anielle reagiu como tantas de nós gostaríamos de reagir em situações semelhantes: com coragem, sem baixar a cabeça, sem se deixar intimidar.
O gesto dela vai além de uma resposta individual. É simbólico. Representa todas as vezes em que uma mulher foi interrompida, diminuída, constrangida ou desrespeitada apenas por existir em um espaço de poder. Quando Anielle o chama pelo que ele é — um assediador — ela rompe o pacto do silêncio.
Enquanto houver homens que acreditam poder atacar, intimidar ou zombar de mulheres impunemente, haverá também mulheres como Anielle Franco, que não recuam, que resistem e que nos lembram, com voz firme, que respeito não é favor, é dever.
Assista ao vídeo reproduzido do X:
https://x.com/seremosresisten/status/1987978196457807874?s=46
