Segundo a Organização Mundial da Saúde, 1 em cada 4 brasileiros sofre com transtornos de ansiedade, estamos falando de mais de 60 milhões de pessoas só no nosso país, e a cada ano esse número aumenta.
Você já passou por isso, vai dormir e sua cabeça não desliga, o corpo cansado, mas a mente acelerada, de repente, no meio da noite, você acorda com o coração disparado, a respiração curta e a sensação de que algo muito ruim está prestes a acontecer, mas não sabe exatamente o quê, ou então, no meio de um dia comum, em frente ao computador, sem motivo aparente, vem aquele frio na barriga, suor nas mãos e um aperto no peito. Se identificou? Então sinto te informar, isso é ansiedade!
E não, não é frescura, é o sistema de alerta do corpo funcionando fora de hora, que deveria disparar apenas em situações de perigo real, imagine que seu corpo tem um alarme de incêndio interno, ele deveria tocar só quando há fogo, certo, mas na ansiedade ele dispara porque você esquentou a água do café, ou seja, o perigo não existe, mas seu corpo reage como se existisse.
Na medida certa, a ansiedade é até necessária, é ela que faz você se preparar para uma reunião importante, estudar antes de uma prova ou atravessar a rua com atenção, o problema é quando esse estado deixa de ser passageiro e vira constante.
Quando isso acontece, a mente acelera o tempo todo, criando cenários de ameaça e catástrofe, o corpo paga a conta, entra em modo sobrevivência 24 horas por dia, como se você estivesse sempre prestes a fugir de um leão, mesmo sentado no sofá, resultado, falta de ar, insônia, tensão muscular, tremores, palpitações, crises de pânico e aquele medo paralisante de não dar conta de nada.
Muitas vezes a raiz está no mesmo lugar, a dificuldade de viver o presente, a ansiedade mora no futuro, no eterno “e se…”, “e se eu perder meu emprego?”, “e se meu filho ficar doente?”, “e se eu não conseguir pagar as contas?”, o corpo sente dores e tensão hoje por algo que ainda nem aconteceu.
E como sair desse ciclo? Pequenos gestos ajudam a acalmar o sistema nervoso e lembram ao corpo que o perigo não está aqui agora
Respire com consciência, inspire contando 4 segundos, segure por 4 e solte lentamente em 6, essa prática simples já começa a avisar ao cérebro que não há ameaça.
Nomeie a emoção, quando sentir o peito apertado diga em voz alta, “Estou ansioso porque tenho medo de falhar”, colocar nome nas emoções ajuda o cérebro a processá-las
Mova o corpo, caminhar no quarteirão, alongar-se, dançar na sala, o corpo precisa gastar a energia extra que a ansiedade cria
Crie pequenas âncoras no dia, tomar café olhando pela janela, sentir a textura da água no banho ou apenas observar a própria respiração, são exercícios simples de atenção plena que trazem de volta para o agora
Um exemplo do dia a dia, sabe aquela sensação de pânico quando o celular toca fora de hora e você já imagina uma tragédia, a ansiedade é exatamente isso, só que repetida várias vezes por dia, sem descanso, deixando corpo e mente exaustos.
A boa notícia é, existe tratamento, a ansiedade não precisa ser uma prisão, a terapia aliada a práticas de respiração, atividade física regular e até ajustes na alimentação, é capaz de regular esse alarme interno e devolver ao corpo a calma natural.
E lembre-se, a ansiedade não é sua inimiga, ela está tentando te proteger de algo, o problema é que às vezes ela erra o alvo, e aí, em vez de proteger, ela paralisa.
Se sentir que está demais, busque ajuda, falar ajuda, tratar é possível, corpo e mente podem voltar a trabalhar juntos, em harmonia.
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Marina Dutra – Terapeuta Integrativa
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