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‘Aqui (no Paranoá Parque) é tão bom, que se ficar melhor estraga’

Foto: André Borges/Agência Brasília

A média de avaliação dos moradores do Paranoá Parque quanto à sua moradia é de 6,5, em uma escala de zero a sete. Com 6.240 residências, o empreendimento terminou de ser entregue pelo governo de Brasília em 2016.

Divulgada nesta quinta-feira (28), a satisfação dos habitantes foi analisada por pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), em acordo de cooperação com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Na época de distribuição das moradias, os beneficiários do programa eram da antiga faixa 1 (com renda de até R$ 1,6 mil) do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Atualmente, a faixa engloba renda de até R$ 1,8 mil.

De acordo com o presidente da Codeplan, Lúcio Rennó, o estudo será importante para o planejamento de novas ocupações de moradias de interesse social. “Será muito útil [a pesquisa] para que os órgãos responsáveis construam políticas públicas e intervenções necessárias para a área.”

Para a mostra, foram ouvidos 1.486 moradores. A maior parte informou que pretende continuar no local pelos próximos anos e avalia que a mudança para a nova moradia mudou a vida da família para melhor. Eles também acreditam que o Paranoá Parque vai se valorizar.

A avaliação também foi positiva quanto à situação estrutural do apartamento, que eles disseram ter espaço suficiente (5,2), sem problemas de umidade (5,3) e com cômodos bem distribuídos (6,1).

Outro ponto positivo é o fato de gastarem menos com a prestação do imóvel do que com o aluguel anteriormente. Isso porque 45% das pessoas moravam em casas alugadas. Outros 42%, em cedidas.

No entanto, apesar de satisfeitos com a localização do empreendimento, a população local avaliou abaixo da média a facilidade para pegar transporte público (3,2), encontrar um posto de saúde ou hospital (2,5) e conseguir vagas em escolas próximas (1,8).

Pedidas para comparar a situação com a residência anterior, 78% das pessoas entrevistadas disseram que ficou mais difícil encontrar uma parada de ônibus; 73%, escola; e 88%, comércio.

Chamou a atenção dos pesquisadores a relação entre os vizinhos. De acordo com a gerente de Projeto — Gestão de Informação, da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Angélia Faddoul, a realidade é diferente da do restante do País e deve ser valorizada.

“É uma mudança no padrão nacional e deve ser fruto da ocupação dada pela Codhab [Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF]”, observou ela.

A pesquisa também avaliou o perfil dos moradores. A maior parte da vizinhança (52,4%) é composta por casais com filhos, seguida por pais ou mães que vivem sozinhos com as crianças (36,9%). Em 89% das vezes as moradias são chefiadas pelas mães.

Os beneficiados vieram principalmente de regiões como o próprio Paranoá, Planaltina, Sobradinho e Ceilândia. A maior parte deles (74,5%) é empregada em locais como Plano Piloto, Lago Sul, Lago Norte, Taguatinga e Sobradinho. O principal meio de transporte utilizado para chegar ao trabalho é o ônibus (75%).

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