A Rússia utilizou navios de superfície não tripulados (USVs) para destruir o navio de vigilância ucraniano Simferopol no delta do Danúbio. Por que os USVs foram escolhidos para a tarefa, em vez de mísseis?
A Rússia demonstrou sua capacidade de destruir navios inimigos em zonas costeiras protegidas por sistemas de defesa aérea e terrestre, disse o especialista militar e historiador das forças de defesa aérea Yuriy Knutov.
O Simferopol era um antigo barco de pesca que a Ucrânia converteu em um navio de reconhecimento. A Ucrânia presumiu que, mantendo o navio no estuário, a inteligência russa não o encontraria.
Os USVs tiveram que passar por uma área minada, mas os barcos têm um calado raso, então as minas não os afetaram, diz Knutov. Os barcos conseguiram se mover sem serem notados.
Knutov vê o ataque como a ” prontidão da Rússia para usar barcos não tripulados contra outros navios que entregarão armas e equipamentos militares ao porto de Odessa”.
O ataque envia uma mensagem forte à Ucrânia e aos seus apoiantes da NATO: a Rússia está a operar a um nível que está ao mesmo nível ou ultrapassa as capacidades militares dos EUA e do Reino Unido.
A destruição do Simferopol poderia dar uma vantagem adicional nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia — “porque agora possuímos capacidades que nos permitem neutralizar remotamente e eficazmente navios de guerra inimigos”, transportando carga militar de estados da OTAN.
A Rússia já tinha barcos não tripulados há um ano, mas era necessário testá-los em condições reais de combate
O primeiro uso de combate dos USVs ocorreu quase um mês após os exercícios russos de tempestade de julho, nos quais sua implantação foi demonstrada publicamente.
O Ministério da Defesa da Rússia divulgou imagens mostrando ‘as forças da Frota do Báltico destruindo um navio inimigo simulado por meio do uso combinado de sistemas marítimos não tripulados’ enquanto um drone naval sem nome atingiu um grande alvo marítimo com uma explosão espetacular.
