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As pessoas que nos sustentam são as mais valorosas

Vivemos em um tempo em que a palavra da moda é “resiliência”. Espera-se de nós que sejamos fortes, que resistamos, que saibamos nos refazer diante do caos. Mas ninguém fala com tanta clareza que resiliência não é dom natural, não nasce sozinha, não brota do nada. Ela é cultivada e a terra fértil são os relacionamentos que nos cercam.

Lembro-me de momentos em que a vida parecia esmagar minhas forças, em que a solidão era tão densa que me faltava até ar. Foi ali que compreendi: resiliência não se constrói em isolamento. Ela nasce quando temos alguém ao lado para nos lembrar que não estamos sozinhos, quando podemos nos apoiar sem medo de cair ainda mais fundo.

Especialistas podem nomear, teorizar, escrever manuais, mas a verdade é que só quem já foi resgatado por uma presença amiga sabe do que se trata. São os vínculos positivos que seguram a gente no pior dia, que nos fazem rir quando já não havia motivo, que nos chamam pelo nome quando a dor nos reduz a nada.

Resiliência é, no fim das contas, um pacto coletivo. É quando encontro as minhas pessoas aquelas que não fogem do meu caos, que enxergam em mim não apenas falhas, mas também potência. Gente que me lembra que viver vale a pena mesmo quando tudo grita o contrário.

E é por isso que hoje entendo: não é sobre ser inabalável, é sobre ser acompanhado. Não é sobre nunca cair, é sobre ter mãos que nos ajudem a levantar. No fundo, a força não está apenas dentro de nós, mas também nos laços que escolhemos cultivar.

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