Sou feita de pensamento que voa livre,
como pássaro que não aceita gaiolas.
Afastei-me dos trilhos impostos,
dos rituais sem alma,
e rompi as amarras da repetição cega.
Navego por mares filosóficos,
onde a razão é vela firme
e a fé é correnteza serena
que me leva ao centro do mistério.
Desvencilhei-me das tramas rasas,
da ingratidão que veste orgulho,
e encontrei abrigo nas páginas vivas,
onde as palavras respiram
e os ventos do saber
arejam minha lucidez.
Afastei-me dos que vendem certezas
e abri as janelas do meu íntimo.
Ali, descobri um santuário pulsante,
onde mora o sopro criador
que não exige provas,
mas convida ao encontro.
Sim, carrego dúvidas como estrelas,
mas nos caminhos que trilho,
elas se transformam em constelações
que iluminam respostas.
Deixei para trás os amores disfarçados,
e minha alma aprendeu a escolher
com olhos que enxergam além da pele.
Amar com profundidade
é música que só os corações afinados escutam.
A delicadeza é arte,
e o encontro de duas essências
é o encaixe sagrado do afeto verdadeiro.
Liberta de ilusões douradas,
de máscaras e encenações,
amo a vida com a mesma intensidade
com que amo o ser que habita meus sonhos.
Mas escolho viver sem venenos,
sem tramas de poder,
sem o peso da ambição desmedida.
Assim me revelo:
inteira, desperta,
e em paz com o que sou.