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Atenção para as ameaças que rondam a vida na maturidade

Foto/Reprodução

Estudos apontam uma conexão direta entre noites mal dormidas, instabilidade postural e perda de capacidades cognitivas em pessoas acima dos 60 anos. O alerta é reforçado por especialistas como o neurologista Heitor Lima, que observa um aumento significativo de pacientes com queixas simultâneas envolvendo insônia, episódios de desequilíbrio e lapsos de memória. Segundo ele, embora esses sintomas possam parecer isolados, muitas vezes são parte de um mesmo quadro que merece atenção integral.

“A privação do sono afeta áreas importantes do cérebro responsáveis pela atenção, memória e controle motor. Quando o idoso não dorme bem, o risco de queda aumenta, porque há uma falha na coordenação e nos reflexos. Ao mesmo tempo, o cérebro não tem a oportunidade de consolidar memórias nem de se regenerar adequadamente, o que acelera o declínio cognitivo”, explica Heitor.

O especialista destaca ainda que a perda de qualidade no sono pode ser tanto causa quanto consequência do declínio cognitivo. Pacientes em fases iniciais de demência, por exemplo, costumam apresentar fragmentação do sono, o que compromete o funcionamento neurológico durante o dia. “É um ciclo perigoso: o sono ruim contribui para a deterioração cognitiva e, por sua vez, o cérebro em declínio piora a arquitetura do sono”, completa o neurologista.

Para quebrar esse ciclo, Heitor recomenda atenção aos primeiros sinais — como esquecimentos frequentes, dificuldades para manter o equilíbrio e alterações no padrão de sono. A prevenção, segundo ele, passa por uma avaliação neurológica completa, acompanhamento do sono e estímulos contínuos à atividade física e mental.

“Ao cuidarmos do sono, estamos cuidando da base que sustenta o equilíbrio corporal e o desempenho cognitivo. O cérebro precisa descansar para funcionar bem — e, para o idoso, isso faz toda a diferença na independência e na saúde global”, finaliza.

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