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Banda do Fora Temer pode ser banida em Salvador

Valter Pontes
Nadir Assad, Edição

A banda “BaianaSystem” agitou uma multidão entoando o grito ‘Fora Temer’ na sexta-feira (24) e na segunda (27) no carnaval de Salvador. E pode pagar caro pelo protesto.

Durante uma das músicas da apresentação, o vocalista da banda “BaianaSystem”, Russo Passapusso, iniciou uma fala de teor político dizendo “fascistas, golpistas, não passarão!”, em referência ao atual governo brasileiro. Em seguida, o cantor puxou a já tradicional palavra de ordem “Fora Temer” em protesto contra o presidente de República, sendo acompanhado pela multidão.

O registro do momento foi amplamente disseminado nas redes sociais durante o fim de semana e envolveu o grupo musical em polêmica sobre os limites da liberdade de expressão durante a festa de carnaval em Salvador.

O Conselho Municipal do Carnaval de Salvador (Comcar), que tem a função de fiscalizar a festa na capital baiana, se manifestou ameaçando a banda de ficar fora do carnaval de Salvador de 2018.

“Já recebi notificações por causa das manifestações da banda e vamos aplicar o Código de Ética. Não é permitida manifestação política. Foi contra, mas poderia ser a favor. Quer fazer manifestação? Saia na Mudança do Garcia”, disse o presidente do Comcar, Pedro Costa, citado pelo Tribuna da Bahia, se referindo ao bloco que é voltado para protestos na capital baiana.

“Foi um ato de politicagem e eles não foram pagos para isso. Embora tenhamos muito orgulho de tê-los conosco nesta realização, é inaceitável e vai haver punição, sim. São 700 atrações envolvidas, se todos resolverem fazer isso, vira um palanque político”, acrescentou o presidente do Comcar.

Vale lembrar que o prefeito ACM Neto (DEM) é aliado do presidente Michel Temer (PMDB) e o Conselho Municipal do Carnaval de Salvador é composto por uma parceria entre empresários, governo e prefeitura.

A possibilidade de sanção à banda por conta do protesto gerou revolta e um amplo apoio ao grupo nas redes sociais e por parte da classe artística, levantando o debate sobre o limite da liberdade de expressão em eventos financiados pela prefeitura.

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