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Bar que poderia ser profano, é só irreverente

Acabo de descobrir que existe um lugar em São Paulo chamado Cu do Padre. Sim, você não leu errado. Eu, que já me considero uma colecionadora de nomes estranhos de ruas, bares e vielas, fiquei imediatamente apaixonada por essa descoberta. O nome é um primor: profano, irreverente, sugestivo e, claro, engraçadíssimo. Dá vontade de contar pra todo mundo só pra ver a cara que a pessoa faz quando você solta: “Bora no Cu do Padre?”.

E o melhor: não é invenção, lenda urbana ou meme. O lugar existe de verdade. Fica em Pinheiros, escondidinho atrás da Paróquia de Nossa Senhora do Monte Serrat; como se o padre tivesse virado referência de GPS sem querer. É aquele tipo de ponto de encontro que nasce espontaneamente, quando a geografia e o espírito boêmio paulistano decidem dar as mãos.

O Cu do Padre não é só uma viela; é praticamente uma instituição cultural e geográfica. É ali que amigos se reúnem antes de um show, depois do trabalho, ou simplesmente porque ninguém aguenta mais pagar uma fortuna por uma mesa de bar lotado. Já virou cenário de histórias de amor, de discussões acaloradas sobre política e de amizades que começam com um simples “me empresta o isqueiro?”.

Eu gosto de pensar que cada cidade tem seus apelidos secretos, aqueles nomes que não aparecem no Google Maps, mas que todo mundo local conhece. O Cu do Padre é isso: um lugar que mistura sacrilégio com afeto, que desafia a seriedade da cidade mais acelerada do país. Em São Paulo, onde tudo é caro, barulhento e urgente, o Cu do Padre resiste como uma brecha de humor e simplicidade.

E cá entre nós: só de imaginar os padres da paróquia explicando para as pessoas a existência desse lugar, já vale a visita.

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