Notibras

BIRUTAS E BADERNAS

Acordei no Dia da Pátria lembrando das aulas de geografia. Memória vadia.

Para o canhoto, a esquerda dele é a direita. Já para o destro é o contrário.

Cuidado. Prudência. Tudo é relativo. Não confunda espaços e dimensões.

A posição é política.

A frente pode ser o lado e o lado pode ser atrás.

Abaixo ou acima.

Talvez o meio. Receio.

Pensamentos ácidos, cortes rentes, reflexão fina.

Não podemos birutar opções.

Ordem no aeroporto.

Pela família, com fé, movimentos pelo arrepio e

pelo (pelo) arrepiado.

Para onde se virar é lado, ou vice-versa.

É a hora dos ruminantes.

“Para frente e para o alto”, gritam os jovens no colégio de fardas.

“Pra frente Brasil!”, vibram os saudosistas lustrando as medalhas pregadas nos ternos de naftalina.

Então fica decidido: a partir do dia 1 da “Era Já era”, viver livre depende do referencial.

Referencial geográfico plugado em imputs aos microchips com GPS mentais.

Tudo controlado pelas redes sociais.

Deus-twitter e fake news.

Ninguém escapa da bagaça.

Entre soluços, vômitos e diarreias:

“Tecnologia e esperteza é “cum nóis mesmo, chefia”.

“Quem não gostar que vá pra Cuba ou apague o fogaréu da Amazônia.”

“A cizânia é nossa, Táokêy?”

(PAUSA E RESPOSTA):

Não, “capetão”, decididamente NÃO TÁOKÊY, porra alguma!

Alguns ventos sopram entre os pontos cardeais.

Cuidado, “capitão de risco”..,

Salve, Corisco!

A ordem é bacuralizar!

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Gilberto Motta é escritor, jornalista, professor/pesquisador de mundos em transição. Ama o cinema brasileiro e acredita que Bacurau já virou verbo de ação. Vive na vilazinha de pescadores da Guarda do Embaú, litoral Sul de SC.

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