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Bisol assusta com defesa indefensável do setor saúde

Foto/Arquivo Notibras

José Seabra

A sociedade brasiliense está assustada. Não entendeu a absolvição sumária dos gestores do Hospital de Base do Distrito Federal pelo promotor Jairo Bisol.

“Não há como gerir um hospital do porte e da complexidade do HBDF com este modelo centralizado de gestão.”

A declaração, neste fim de semana, é estarrecedora. Causa estranheza que aquele que deve fiscalizar, saia em defesa dos fiscalizados.

É possível, sim, gerir o HBDF com modelo centralizado. O erro não está no modelo, mas em quem o executa sem controle, sem fiscalização ou com uma fiscalização tão lenta, que quando seus resultados são conhecidos já não há o que fazer.

Também soa absurda a defesa do Hospital da Criança, que embora esteja desenvolvendo um trabalho de nível, desviou 120 pediatras das demais unidades da rede pública de saúde. E enquanto um muito tem, falta médico nos plantões da periferia.

Na esfera do Poder, é passível de entendimento que cada um deve se ater à sua função institucional. Portanto, ao Ministério Público cabe fiscalizar e não defender, midiaticamente, essa ou aquela solução.

A solução de Instituto nunca foi tentada. Causa espanto um promotor vir defender uma solução que ele próprio não viu em atividade. Esse tipo de comportamento lança dúvidas sobre quais os verdadeiros interesses defendidos.

O senhor Jairo Bisol está à frente da Promotoria da Saúde há dez anos. É estranho, muito estranho, que só agora ele descubra que o modelo adotado no setor é ineficiente. Principalmente se considerarmos que ao longo dessa década, ele pouco fez para corrigir as distorções.

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