Há quem goste de café gourmet. Há quem prefira os chamados cafés especiais, aqueles com notas de frutas, aroma intenso e acidez equilibrada. Tem quem só beba café colombiano, quem defenda os grãos do Cerrado Mineiro, quem se encante com o sabor dos etíopes. Há quem diga que o segredo está no método: prensa francesa, coador de pano, aeropress, espresso curto, coado na Chemex. Há até quem consiga identificar a torra apenas pelo aroma.
Eu admiro profundamente quem entende desse universo. Sério mesmo. Quem sou eu pra duvidar ou discordar de alguém que estudou tanto, que mede temperatura da água, tempo de infusão, moagem do grão, proporção exata entre café e água? É uma arte, e merece respeito.
Mas, sinceramente, o café que mais me encanta não tem nada a ver com origem, torra ou técnica. O melhor café pra mim é aquele que vem acompanhado de uma boa conversa. É aquele que tomo com alguém que amo, entre risadas, confidências e silêncios confortáveis. Pode ser café simples, passado às pressas, servido numa caneca qualquer. Quando há afeto, o sabor se transforma.
O café perfeito, pra mim, não está na xícara, está na companhia.
